ATA DA OCTOGÉSIMA QUARTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM
15-10-2003.
Aos quinze dias do mês de outubro de dois mil e
três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cláudio
Sebenelo, Darci Campani, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel,
Marcelo Danéris, Maria Celeste, Raul Carrion, Renato Guimarães e Mauro Zacher.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Beto
Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz,
Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Maffei, Nereu D'avila, Pedro Américo
Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Zé
Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos
os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da
Septuagésima Segunda, Septuagésima Terceira e Septuagésima Quarta Sessões
Ordinárias, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador
Cassiá Carpes, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Executivo
n° 003/01 (Processo n° 3277/01); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de
Providências nos 2181, 2182, 2183, 2184, 2185, 2186, 2187, 2188, 2189, 2190,
2191, 2192, 2193, 2194, 2195, 2196, 2197, 2198, 2199, 2200, 2201, 2202, 2203,
2204, 2205, 2206, 2207, 2208, 2209, 2210 e 2211/03 (Processos nos 5658, 5659,
5660, 5661, 5662, 5663, 5664, 5665, 5666, 5667, 5668, 5669, 5670, 5671, 5672,
5673, 5674, 5675, 5676, 5677, 5678, 5679, 5680, 5681, 5682, 5683, 5684, 5685,
5686, 5687 e 5688/03, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os
Pedidos de Providências nos 2175, 2176, 2177, 2178, 2179 e 2180/03 (Processos
nos 5647, 5648, 5649, 5650, 5651 e 5652/03, respectivamente) e o Pedido de
Informações n° 192/03 (Processo n° 5726/03); pelo Vereador Raul Carrion, o
Projeto de Lei do Legislativo n° 008/03 (Processo n° 0455/03); pelo Vereador
Wilton Araújo, o Projeto de Lei do Legislativo n° 140/03 (Processo n° 2846/03)
e o Projeto de Resolução n° 091/03 (Processo n° 5220/03). Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 10500520, 10511783, 10513384, 10513976 e 10515977/03,
do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo Nacional de Saúde
do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, à Senhora Inês Rosa da Silva, Presidenta do Movimento SOS -
Esperança, que discorreu sobre as dificuldades enfrentadas pelo Comitê Porto
Alegre contra a Fome e Miséria e pela Vida em Porto Alegre, especialmente no
que diz respeito ao fechamento de sua sede. Nesse sentido, analisou os esforços
desenvolvidos pelo Comitê, desde sua criação, no auxílio a famílias
necessitadas e propugnou pela destinação de um espaço apropriado para que o
Comitê Porto Alegre contra a Fome e Miséria e pela Vida possa desempenhar suas
atividades. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Cláudio Sebenelo, Haroldo de Souza, Cassiá Carpes, Raul Carrion, Ervino Besson,
João Carlos Nedel, Wilton Araújo, Maria Celeste e Reginaldo Pujol manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e
cinqüenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e cinqüenta e seis minutos, constatada a existência
de quórum. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 4ª Sessão, o
Projeto de Lei do Executivo n° 041/03, discutido pelos Vereadores Renato
Guimarães, Elias Vidal, Aldacir Oliboni, Maristela Maffei, João Carlos Nedel e
Darci Campani. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal,
reportando-se a ações desenvolvidas por Sua Excelência em prol do Hospital de
Pronto Socorro de Porto Alegre, discorreu sobre a necessidade de adoção de
medidas concretas, por parte dos principais municípios do interior do Estado,
em conjunto com o Governo Estadual, no sentido de aprimorar a rede de
assistência médica e evitar, dessa forma, o transporte desnecessário de
pacientes para Porto Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as
presenças dos Vereadores Lucimar Volpi, Pedro Pedrotti, Valdecir Estevan e Clademir
Trombetta, da Câmara Municipal de Engenho Velho - RS; Marco Aurélio Cunha
Santos e Marco Filipini, da Câmara Municipal de São Sepé - RS; Eliseu Argollo
de Morais, da Câmara Municipal de São Luiz Gonzaga - RS; José Frantz, da Câmara
Municipal de Mostardas - RS; Elvio Spies e Fábio Pellenz, da Câmara Municipal
de Augusto Pestana - RS; Delmar Specht e Anselmo dos Santos Fávero, da Câmara
Municipal de Coqueiros do Sul - RS e Neila Maria Alves, Presidenta da Câmara
Municipal de Tapes - RS. Também, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de
autoria do Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei
do Legislativo n° 115/03 (Processo n° 2495/03). Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 383 e 339/03,
este discutido pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Executivo
n° 044/03; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo n° 375/03, o Projeto
de Resolução n° 093/03, o Projeto de Lei do Executivo n° 042/03, discutido
pelos Vereadores João Carlos Nedel e Darci Campani, o Projeto de Lei
Complementar do Executivo n° 008/03; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 369 e 349/03, este discutido pelo Vereador Sebastião Melo, o Projeto de
Resolução n° 092/03. Também, foi apregoada a Emenda n° 02, de autoria do
Vereador Cassiá Carpes, Líder da Bancada do PTB, ao Projeto de Lei do Legislativo
n° 019/01 (Processo n° 0738/01). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião
Melo, comentando audiência pública realizada ontem pela Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, para discutir o Projeto de Lei do Executivo
n° 041/03, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município para próximo ano,
afirmou que se observa, por parte dos Partidos que integram o Governo
Municipal, falta de vontade política para a devida análise desse Projeto. Após,
o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da possibilidade de
apresentação de Emendas de iniciativa popular ao Projeto de Lei do Executivo nº
041/03 e acerca da publicidade legal para informar a realização de audiência
pública sobre o referido Projeto, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município
para o exercício financeiro de dois mil e quatro. Também, foi apregoada a
Emenda n° 03, de autoria do Vereador Pedro Américo Leal, Líder da Bancada do
PP, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/00 (Processo nº
2481/00). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion saudou a passagem,
hoje, do Dia do Professor. Também, discorreu sobre o Projeto de Emenda
Constitucional n° 125/02, aprovado pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio
Grande do Sul, que garante aos municípios o direito de legislar sobre os dias e
horários de abertura do comércio local, defendendo a elaboração, pela Casa, de
um projeto de consenso para normatizar o assunto em Porto Alegre. Após, o
Vereador Isaac Ainhorn formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor
Presidente, solicitando, com base do artigo 239 do Regimento, o encaminhamento,
à Comissão Especial constituída na Casa com o objetivo de avaliar e discutir os
três primeiros anos de implantação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
Ambiental do Município de Porto Alegre - PDDUA, dos Projetos em tramitação
neste Legislativo que impliquem alterações no Plano Diretor da Cidade, tendo o
Senhor Presidente determinado que o referido Requerimento fosse formalizado por
escrito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Aldacir Oliboni referiu-se ao
pronunciamento efetuado hoje pelo Vereador Sebastião Melo em Comunicação de
Líder, acerca de audiência pública realizada pela CEFOR para debater o Projeto
de Lei do Executivo n° 041/03, declarando que essa audiência ocorreu nos termos
da legislação vigente sobre o assunto, tendo sido o Projeto em questão discutido
com a comunidade por meio do Programa de Orçamento Participativo. O Vereador
Isaac Ainhorn criticou o Governo Municipal, em especial no que se refere à
segurança pública e ao abandono do Centro da Cidade e analisou o Projeto de Lei
do Executivo n° 042/03, em tramitação na Casa, que institui no Município a
Contribuição para Custeio da Iluminação Pública, esclarecendo os motivos pelos
quais Sua Excelência possui posicionamentos diferenciados quanto à cobrança
dessa contribuição em Porto Alegre e nos demais municípios do Estado. O
Vereador Wilton Araújo, mencionando matéria publicada hoje do Jornal do Brasil,
intitulada “Acesso a documentos voltou aos tempos do regime militar",
contestou a edição dos Decretos Federais de nos 4.553/02, que dispõe sobre a salvaguarda
de documentos sigilosos de interesse do Estado, e 4.850/03, que institui
Comissão Interministerial para obter informações que levem à localização dos
restos mortais de participantes da Guerrilha do Araguaia. O Vereador Cláudio Sebenelo
apoiou o pronunciamento hoje efetuado pelo Vereador Wilton Araújo, salientando
a importância do devido esclarecimento de acontecimentos que integram a
história do País, como a Guerrilha do Araguaia. Ainda, comentou campanha de
filiação partidária empreendida pelo Partido dos Trabalhadores, afirmando
estarem sendo usados estímulos subliminares no material publicitário divulgado
por esse Partido. O Vereador Reginaldo Pujol discorreu sobre a campanha de filiação
partidária veiculada pelo Partido dos Trabalhadores nos meios de comunicação.
Também, abordou o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/03, em
tramitação nesta Casa, que fixa alíquotas de contribuição previdenciária para
os municipários, e o Projeto de Emenda Constitucional nº 041/03, em tramitação
no Senado Federal, que altera o Sistema Tributário Nacional. Na ocasião, o Vereador
Reginaldo Pujol formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Nereu D'Avila
formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se
a respeito e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em
Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução n°
067/03, por vinte e dois votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cláudio Sebenelo, Darci Campani, Elias Vidal,
Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco
Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu
D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sebastião Melo,
Wilton Araújo e Mauro Zacher. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo n° 115/03, com ressalva das Emendas a ele
apostas, após ser discutido pelos Vereadores Nereu D'Avila, Aldacir Oliboni,
Haroldo de Souza, Raul Carrion, Marcelo Danéris, Juarez Pinheiro, Maristela
Maffei e Valdir Caetano e encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos Alberto
Garcia, João Carlos Nedel, Wilton Araújo, Cassiá Carpes, Sebastião Melo e
Reginaldo Pujol. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento
verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de termos
constantes no pronunciamento efetuado por Sua Excelência durante a discussão da
Pauta Especial. Após, foram aprovadas as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Projeto
de Lei do Legislativo nº 115/03. Em Renovação de Votação, esteve o Projeto de
Lei do Legislativo nº 108/01, o qual obteve quinze votos SIM, após ser encaminhado
à votação pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Carlos Pestana e Sebastião Melo,
em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os
Vereadores Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Elias Vidal, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel,
Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Wilton Araújo e
Mauro Zacher, votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, face à
inexistência de quórum deliberativo. Na oportunidade, o Vereador Sebastião Melo
manifestou-se acerca da Renovação de Votação do Projeto de Lei do Legislativo
nº 108/01. Também, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da
possibilidade de apresentação de Emendas de iniciativa popular ao Projeto de
Lei do Executivo nº 041/03, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município
para dois mil e quatro. Às dezoito horas e trinta e sete minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio
Dib e Maria Celeste e secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu,
Maria Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Hoje é um dia
importante. É o dia da figura mais ilustre, mais importante da sociedade, é o
Dia do Professor. D. Pedro II, Imperador do Brasil, dizia que, se não fosse ele
o Imperador, ele queria ser professor. Mas eu tenho certeza de que, com o
salário que os professores recebem - eu acho -, ele iria pensar duas vezes. De
qualquer forma, nossa homenagem aos professores, que são os responsáveis pela
nossa presença neste plenário. Se nós não tivéssemos aprendido a ler e a
escrever com a nossa saudosa professora, a minha foi a D. Marieta Postali, a
dos outros Vereadores, eu não sei... A todos os professores o nosso abraço, o
nosso carinho e a certeza de que amanhã há de ser melhor para todos os professores.
De imediato, a Sra. 1ª Secretária
procederá à leitura das proposições apresentadas à Mesa.
A
SRA. 1ª SECRETÁRIA (Maria Celeste): (Lê as proposições
apresentadas à Mesa.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
A Sra. Ines Rosa da Silva, Presidente do
SOS-Esperança, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao fechamento
do Comitê Porto Alegre, pelo tempo regimental de 10 minutos.
A
SRA. INES ROSA DA SILVA: Boa-tarde, Sr. Presidente; boa-tarde,
Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; boa-tarde aos demais presentes, mais uma
vez ocupamos esta tribuna em busca de apoio, em busca de soluções para o
Movimento que se criou em Porto Alegre há mais de 10 anos. Eu peço a Deus para
que a gente consiga transmitir o que estamos sentindo e o que pensamos. Que
Deus esteja comigo neste momento, porque é um momento muito difícil, um momento
de transição. O Movimento do Betinho, o Movimento de Ação da Cidadania, fundado
nesta Casa, com a participação da Prefeitura de Porto Alegre, de vários
segmentos da sociedade e também desta Casa, pode extinguir-se apenas num
estalar de dedos. Eu sei que o momento parece que não é de consenso para todo o
mundo, não é do mesmo entendimento que nós temos, mas quem trabalha com a fome
e com a miséria diariamente sabe como dói chegar ao ponto de dizer para essas
famílias cadastradas - são quase cinco mil cadastros de famílias totalmente
desempregadas, 80% delas com problemas de saúde, em casa, aproximadamente 20
mil pessoas que não têm com se alimentar -, que estão à espera de possíveis
programas, que não se sabe quando podem acontecer ou se acontecerão.
Vou colocar dois tópicos aqui falando
sobre a insegurança que todos os voluntários do Comitê enfrentam neste momento.
É um momento de insegurança, decepção, vergonha, tristeza e medo. Eu vou tentar
passar tudo isso com poucas palavras, porque, apesar do trabalho que a gente
tem, que envolve grandes problemas, que são uma grande mazela da nossa
sociedade, eu não costumo falar muito e nem sei falar muito bonito também; eu
já disse isso em outras ocasiões.
Começo pela insegurança, pela situação
atual que o Comitê Porto Alegre Contra a Fome e a Miséria e Pela Vida enfrenta
no momento. O Comitê Porto Alegre é coordenado pelo Movimento SOS-Esperança
desde 05 de agosto de 1993. Insegurança, porque não temos mais aquele apoio que
havia há 10 anos, com transporte e telefone. Uma entidade que atende a uma
média de 900 famílias por mês fica humanamente impossibilitada de operar sem
transporte e sem telefone e, ao mesmo tempo, buscar novos espaços, porque a
gente tem de mudar do local em que estava. Isso a gente sabe. O que a gente
precisa é um pouco mais de tempo para lidar com essa nova situação. Precisamos
saber também se o Comitê vai continuar, onde essas famílias irão procurar, em
que porta elas poderão bater em busca de auxílio, em busca de atenção, em busca
de doações em geral. Isso enfraqueceu muito o Comitê, podou seu funcionamento.
Agora eu vou falar sobre a decepção. A
Prefeitura de Porto Alegre apoiou esse Comitê por 10 anos com transporte, apoio
logístico para eventos, para arrecadação de doações em geral. Nós conseguimos
apoio de vários segmentos da sociedade, nas várias áreas de artistas: artista
plástico, cênico, nativista, rock,
enfim, todos eles sempre se colocaram à disposição. Aqui nós temos tudo sobre
reportagens e fotografias a respeito dos 10 anos de atividades do Comitê.
Sempre tivemos o apoio logístico da Prefeitura que entrava com o espaço físico,
e nós com o resto, com os artistas e com o trabalho voluntário, e agora nem
isso mais se consegue fazer, num momento tão difícil em que o Programa Fome
Zero está sendo fomentado em Porto Alegre.
A nossa tristeza é de não saber o que
pode acontecer amanhã, e eu não estou falando isso simplesmente para nos fazer
de vítimas, quem está falando aqui não é a coordenadora do Comitê Porto Alegre,
não é a Presidente do Movimento SOS-Esperança, é a pessoa que tenta diminuir a
fome e a miséria no nosso Município; esta pessoa, o grupo de voluntários e
outros líderes comunitários presentes aqui hoje sabem muito bem o que é a fome
e a miséria. Nós temos pessoas da Medianeira, Belém Velho, Belém Novo, enfim,
moradores de rua da Glória, da Restinga, Santa Rosa, Canoas, Dique.
O medo é do futuro, como já disse. O que dizer
para essas famílias? Em que porta elas vão bater, se nós não conseguirmos
trabalhar, não conseguirmos um espaço adequado para desenvolver os nossos
trabalhos?
A vergonha que a gente sente é de estar
aqui implorando por um espaço, implorando por um tempo para buscar esse espaço
que seja compatível com os trabalhos do Comitê e do Movimento SOS-Esperança; a
vergonha de ter de estar aqui defendendo um trabalho que várias entidades, em
1993, faziam. Agora estamos aqui sendo punidos ou pedindo desculpas, porque só
uma entidade teve a coragem de continuar durante esses 10 anos. Eu digo assim:
continuar de forma direta, porque essas entidades que faziam parte da Comissão
Executiva do Comitê Porto Alegre continuam atuando na Capital, cada uma dentro
dos seus comitês; não atuam de forma direta, mas indiretamente elas atuam e,
infelizmente, não podem ajudar na busca de novos espaços.
É difícil entender legalidade; é difícil
rimar solidariedade com dignidade. Neste momento, eu digo, com certeza, que
legalidade não rima com solidariedade. O Município está fazendo contenção de
despesas; é legal, está dentro da legalidade. Agora, é legal fazer contenção de
despesas em cima da miséria do povo, das pessoas? (Palmas.) Eu agradeço. Ainda
temos quase dois minutos; eu acho que dá para falar mais um pouquinho. Vou
tentar falar mais um pouquinho, então, apesar do nervosismo em que a gente se
encontra neste momento, em que não se sabe o que pode acontecer amanhã.
O Comitê está na UTI desde de 30 de
setembro. O prazo expirou ontem à meia-noite. Como ele estava na UTI, entubado,
nós buscamos uma junta médica na CEDECONDH desta Casa. Não sabemos como vai
terminar isso, porque, dentro da legalidade do Município, ele está apoiando o
Comitê com o espaço, só que esse espaço vai nos fazer trabalhar dentro de uma
garagem, com pessoas, carros estacionados, local não-ventilado, onde não
poderemos atender de forma adequada as pessoas que vierem e que nos procurarem
por todo esse tempo.
Fica aqui esse apelo para que o pessoal
reveja, repense essa situação. A gente sabe que tem que sair do local; só
precisamos de um pouco mais de tempo, porque nós queremos trabalhar também. O
discurso é um; no resgate pleno da cidadania plena, temos de trabalhar as
causas da miséria, mas nos podam quando tentamos fazer isso. Então, chegam e
dizem para gente, depois de 10 anos: “Não, o Comitê tem de fazer isso, tem de
arrecadar, distribuir alimentos e agasalhos! Não pode fazer mais nada!” Mas não
é isso que está no Manifesto de 1993. No Manifesto está: “O Comitê se propõe a
buscar, a trabalhar, buscando programas de geração de trabalho e renda.” Se não
dá emprego, dá geração de trabalho e renda, dá para criar programas de geração
e renda, e o projeto CVH, Centro de Valorização Humana, está aí para provar a
todos os senhores que é possível fazer. Muito obrigada a todos. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Numa sociedade do medo, mais um medo se
associa aqui: é a emoção da Ines Rosa. Se há um programa nacional favorável à
fome, por que desestruturar o atendimento a quatro mil e 800 famílias? Hoje eu
já telefonei, inclusive, para o Secretário Gerson Almeida, que foi gentilíssimo
comigo, que me atendeu e foi exaustivo nas explicações. Mas a pergunta que faço
é a seguinte: por que não investir? Isso não pode ficar na fila do débito; essa
é a do crédito, é a do investimento; esse é um gasto muito bem-vindo, esse é um
gasto que nós precisamos fazer para nos incorporar ao Programa Fome Zero. Não
dar esse prazo, não dar condições seria, inclusive, um boicote ao Programa Fome
Zero.
É por isso que nós vamos lutar, é nisso
que nós vamos continuar expondo, insistindo, inclusive, com o Secretário Gerson
Almeida, no sentido de prover, não só o prazo, mas condições dentro de próprios
da Prefeitura, para que sejam alojados, recebidos, confeccionados e
distribuídos alimentos a quatro mil e 800 famílias, incluindo neles os índios
Mbyás Guaranis, que são atendidos lá, diretamente, e outros atendimentos
sociais que se fazem nesse local, numa parceria de 10 anos, que não pode ser
rompida.
Essa parceria tem de continuar, e, ao
contrário, ela tem de aumentar e tem de ser mais subsidiado, inclusive, o
Movimento SOS-Esperança, principalmente pelo seu Comitê da Fome, que faz um dos
trabalhos mais fantásticos desta Capital. Nós vamos estar juntos,
permanentemente, em busca dessa reivindicação. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de
Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sra. Ines Rosa da Silva, Presidenta do
Movimento SOS-Esperança, Sr. Gibran, que não pode falar, anteontem eu usei o
plenário desta Casa para falar sobre a ordem de despejo que fora estabelecida
para ontem, terça-feira, e o fechamento, concomitantemente, do Comitê Contra a
Fome em Porto Alegre, por entender que aí está havendo uma contradição. O
Governo Federal lança o Programa Fome Zero, e nós temos, aqui em Porto Alegre,
no Movimento SOS-Esperança, o fechamento do Comitê Contra a Fome. Há uma
contradição nisso aí.
Eu pedi à Ver.ª Margarete Moraes que
buscasse informações, e, meia hora depois, a Vereadora trouxe-me as
informações. E a informação do Partido dos Trabalhadores é que, onde se
encontra o Comitê Contra a Fome, na Av. Júlio de Castilhos, não há condições de
continuar o seu funcionamento, e usou um termo assim: muquifo. E eu registrei
isso. No entanto, a Prefeitura dispõe do prédio da EPATUR, e eu faria uma
pergunta à senhora: não há condições de o Comitê Contra a Fome ir lá para o
prédio da EPATUR? Pode responder para mim? Não?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vou permitir que
ela responda, mas o Vereador não pode fazer perguntas. Por favor!
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Então, não. Ela não precisa responder.
Seria mais uma alteração que nós teríamos que fazer na Casa. Mas deixa assim.
Eu não faço oposição por oposição. O que eu quero dizer aqui é que eu não
acredito que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre vá deixar que esse Comitê
Contra a Fome seja fechado. Não acredito! Estou jogando as minhas fichas na
Bancada do Partido dos Trabalhadores, para que eles tomem providências, e o
Comitê Contra a Fome continue o seu funcionamento. Essa é a posição do PMDB.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Presidente, quero saudar a Dona Ines.
Como Presidente da Comissão dos Direitos Humanos, ontem, estive debatendo com
muita clareza, sem sensacionalismo, isto é muito importante fazer: trabalho sem
sensacionalismo. Hoje, pela manhã, Sr. Presidente, estive nos dois locais, na
EPATUR e, depois, na Av. Júlio de Castilhos, junto com a Dona Ines e mais os
Vereadores Ervino Besson, Maria Celeste, com a maior tranqüilidade, lisura, sem
sensacionalismo. Lá na Av. Júlio de Castilhos, o aspecto é precário, um
ambiente que me chamou a atenção negativamente.
Dois pontos estão para ser acertados na EPATUR, onde há um
local limpo; é claro que há regras, critérios estabelecidos. A Comissão, com
tranqüilidade, vai ajudar no sentido de chegar a um consenso, obrigação da
Comissão, com seus cinco Vereadores. Alguns pontos ainda não estão
esclarecidos, mas não tenho dúvida de que vamos chegar a um consenso, buscando
um local bom para o trabalho, para a ONG continuar o seu trabalho. Portanto,
calma e sem sensacionalismo. A Comissão quer contribuir para que tenhamos o
prosseguimento do trabalho, que é belíssimo, dessa senhora, desses senhores
para a comunidade de Porto Alegre. Vamos com calma e sem sensacionalismo.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação à
Sra. Ines Rosa da Silva, Presidente do Movimento SOS-Esperança, em nome de quem
saúdo todas as lideranças, assessores e voluntários aqui presentes.
Eu queria dizer que fomos procurados, há
algum tempo, por representantes do Movimento do Comitê, colocamo-nos à
disposição e fizemos contato com a Prefeitura, que nos informou que estavam
entregando o prédio da Av. Júlio de Castilhos e que, portanto, precisavam da
desocupação, mas que já haviam colocado à disposição do Comitê alternativas de
local. E nós nos colocamos à disposição para contribuir nesse sentido.
Inclusive, foi aventado, num determinado momento, o próprio Mercado Público, no
piso superior, e, posteriormente, tenho conhecimento, foi oferecido o prédio da
EPATUR, um espaço maior do que o espaço que o Comitê ocupa atualmente na Av.
Júlio de Castilhos e, como disse o Ver. Cassiá Carpes, em condições mais
favoráveis, inclusive, com estacionamento e com acesso mais facilitado. Eu
também tenho a informação da Prefeitura de que, desde março, foi informada a
necessidade de se encontrar uma alternativa, e estaria esbarrando em uma
negativa do Comitê.
A nossa Bancada continua à disposição,
não fomos posteriormente procurados para ajudar na solução do problema e
achamos que é uma boa oferta o espaço da antiga EPATUR. Achamos que, se existem
detalhes, Ver. Cassiá Carpes, devem ser acertados, nós estamos à disposição
para contribuir! Agora, parece-me que não é uma boa solução dizer que não pode
ser nenhum lugar que não seja na Av. Júlio de Castilhos, porque é um próprio
alugado - não é da Prefeitura -, e a Prefeitura está colocando à disposição um
próprio dela em boas condições. Mas estamos à disposição do Comitê e da
comunidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, Sra. Ines Silva, Presidente do Movimento SOS-Esperança, e demais
pessoas que acompanham nas galerias, minha saudação a todos.
Em nome do PDT, Sr. Presidente, quero
subscrever o pronunciamento do Líder da minha Comissão, Ver. Cassiá Carpes.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu quero cumprimentar a Sra. Ines Rosa da
Silva, Presidente do Comitê de Porto Alegre do Movimento SOS-Esperança, e
dizer, em nome da Bancada do Partido Progressista, composta por este Vereador,
pelo Ver. Pedro Américo Leal, nosso Líder; Ver. João Antonio Dib, nosso
Presidente; Ver. Beto Moesch, Presidente da Comissão de Saúde, que estamos
muito preocupados com esse assunto. A senhora foi toda emoção ao se expressar,
aqui, dizendo que há cinco mil famílias cadastradas, cinco mil famílias que
vivem na miséria e que o Comitê atende, em média, 900 famílias por mês. Nós
todos, Vereadores do Partido Progressista, sabemos reconhecer que a fome tem
pressa, que a fome não pode esperar. Compreendemos a sua decepção, a sua
tristeza e a sua desilusão. Fica aqui a pergunta: onde estão as 10 mil e 500
toneladas recolhidas no “Porto Alegre em Cena”? Onde está uma tonelada e meia
recolhida no GRE-NAL, que bem poderia ser destinada, ao seu Comitê, uma parte?
A senhora tem toda a razão, não se pode fazer economia tirando da miséria.
Precisamos que o seu Comitê saia da UTI e se revigore em favor dos pobres e dos
miseráveis que estão com fome, e nós temos responsabilidade social sobre isso,
sim. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sra. Ines Rosa da Silva,
que vem, hoje, à Casa em nome do Movimento SOS-Esperança. Eu quero dizer que o
PPS, em meu nome pessoal e em nome da Ver.ª Clênia Maranhão, está solidário com
o Comitê e com o Movimento SOS-Esperança. Tenho certeza e reafirmo a disposição
não só do PPS, mas desta Casa, de se manter ativo, vivo, eficiente, porque,
exatamente, hoje é o momento, é a era, é a hora do terceiro setor, da terceira
via, das ONGs, da união entre as ONGs e o Estado, enfim, de todos aqueles que
têm alguma coisa a colaborar para minorar, erradicar – tentar pelo menos –, a
fome neste País. Nesse sentido, tenho certeza de que a Prefeitura deverá, em
prazo curto, resolver o problema desse Movimento, que é um só, mas que tem
grande responsabilidade. Esta Casa reconhece a responsabilidade que tem, e o
PPS, solidário, dá a mensagem de apoio ao SOS-Esperança. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maria Celeste
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sra. Ines Rosa da Silva,
Presidente do Movimento SOS-Esperança, nós tomamos conhecimento dessa questão,
ontem, na Comissão dos Direitos Humanos, e, como membro desta Comissão e da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, imediatamente, colocamo-nos à disposição
para visitar os locais. Nós estivemos com o Presidente da Comissão, Ver. Cassiá
Carpes, verificando todas as questões.
Ontem, esteve na Comissão, também, o
representante do Executivo, trazendo para nós a minuta do novo contrato,
reiterando que o Município tem como obrigação manter, no próximo local, o
fornecimento de água, luz, a disponibilização de uma linha telefônica e a
disposição de um veículo para atender o Comitê em três turnos semanais. Existem
algumas questões que precisam ser adequadas nessa minuta, e o Presidente da
Comissão, o Ver. Cassiá Carpes, colocou-se à disposição para fazer os possíveis
ajustes.
Quero dizer que nós estamos acompanhando
a situação por intermédio da Comissão de Direitos Humanos e que temos uma
disposição, com certeza, em manter essa importante organização
não-governamental.
E, respondendo ao Ver. João Carlos Nedel,
quero dizer que a prestação de contas do Programa Fome Zero, em Porto Alegre,
está à disposição na página da Prefeitura na Internet. Ali constam todos os Comitês Regionais, constam todos os
endereços para qualquer cidadão verificar para aonde estão indo os alimentos
arrecadados no município de Porto Alegre. Quero dizer que nós estamos
acompanhando com muita responsabilidade esse processo. Não nos omitimos dele,
mas estaremos fazendo por meio da Comissão de Direitos Humanos, uma vez que a
Sra. Ines e o Movimento da organização não-governamental procuraram, ontem à
tarde, esta Comissão, que se colocou inteiramente à disposição, tanto que nós
já fizemos duas visitas de ontem até hoje, às 14 horas, e estamos aqui fazendo
um trabalho de parceria, sim, sem omitir a responsabilidade do Executivo. Muito
obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu quero, saudando a Sra.
Ines Rosa da Silva, Presidente do Movimento SOS-Esperança, introduzir o PFL
neste debate, que fazemos com a devida cautela, depois de termos ouvido o
Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos aqui na Casa,
Ver. Cassiá Carpes, que nos informa estar tomando uma série de providências no
sentido de preservar a atuação do Movimento, compatibilizando com as realidades
aqui colocadas.
Eu confesso que me sinto muito tranqüilo
em saber que o Ver. Cassiá Carpes está comandando essa atuação, confio
plenamente no seu trabalho, sei da sua isenção e sei sobretudo da sua
responsabilidade. Sei que junto com ele se encontram outros Vereadores, até
mesmo o Ver. Ervino Besson. É impossível nós, Vereadores da Casa, estarmos
presentes em todas as situações que nos exigem a presença, e as Comissões
existem, exatamente, para cumprir essas tarefas. Eu saúdo o Ver. Cassiá Carpes,
que já está tomando essa diligência.
Isso não obsta, Sr. Presidente, que eu
tenha uma certa estranheza, exatamente no momento em que o Presidente da
República, eleito por consagradora maioria do eleitorado brasileiro, que desponta
nas pesquisas com grande índice de aceitação, que transformou o Programa Fome
Zero na bandeira principal da sua administração, no sentido de que aquelas
entidades que vinham até a presente data realizando, voluntariamente, trabalhos
nesse sentido, possam estar enfrentando dificuldades nessa hora.
Tenho certeza, por isso, Sra. Ines Rosa,
que a nossa Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos não irá faltar
com a senhora nem com o seu Movimento, e que saberemos buscar os elementos
necessários para que as suas tarefas - relevantes - continuem sendo realizadas.
A minha confiança nos meus colegas me autoriza a dizer-lhe que não faltará a
esta Câmara Municipal sensibilidade e solidariedade para o seu trabalho.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa agradece a
presença da Sra. Ines Rosa da Silva, Presidente do Movimento SOS-Esperança, e
suspende a Sessão para que sejam feitas as despedidas. Muito obrigado, Dona
Ines Rosa. Saúde e paz!
(Suspendem-se os trabalhos às 14h55min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 15h56min):
Estão reabertos os trabalhos.
Passamos à
(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)
4ª
SESSÃO
PROC. 5344/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/03, que estima a Receita e
fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de
2004.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Hoje, na 4.ª Sessão de
Pauta Especial, há a discussão preliminar do PLE nº 041/03, que estima a
Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
financeiro de 2004. Alerto que emendas de Vereadores e emendas populares podem
vir a esta Casa até o dia 20 de outubro, segunda-feira. As emendas populares
deverão ser subscritas por trezentos eleitores ou por três entidades
representativas da coletividade.
Em discussão o Orçamento Municipal para o
ano de 2004.
A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra
para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Desiste. O Ver. Renato Guimarães está
com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, novamente, volto à tribuna para continuar avaliando a proposta
orçamentária e quero destacar, já de início, um debate que provocamos na Sessão
passada sobre a questão das verbas, no Orçamento, destinadas à área da saúde.
O Município de Porto Alegre, por
orientação da Lei Orgânica Municipal, tem de dispor de 10% do seu Orçamento
para a área da saúde. A gente vem fazendo esse registro aqui, um registro
histórico, de que vimos, na média, gastando 18%, 19%, 20% do Orçamento na área
da saúde. Portanto, cumprindo o dobro da determinação legal do Município.
A pergunta que todos fazem é a seguinte:
“Mas se a Prefeitura de Porto Alegre gasta o dobro de que deveria gastar em
saúde, se recebemos a cada ano uma quantia maior de verbas do SUS, por que o
município de Porto Alegre continua tendo deficiência no atendimento na área da
saúde?” Buenas, nessa última semana,
os principais editoriais dos jornais do Rio Grande do Sul descobriram essa
tese. Então, Ver. Pedro Américo Leal, foi descoberta a tese de por que o
Sistema Único de Saúde em Porto Alegre tem deficiência em atender a população
de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Essas quarenta e oito horas foram reveladoras
do motivo disso. Os principais jornais do Rio Grande do Sul estampam nas suas
matérias de capas, nas suas principais matérias, o problema da
ambulancioterapia.
O que é a ambulancioterapia ou o
ônibus-terapia? É que nós temos toda uma rede, todo um sistema de saúde no
interior do Estado com deficiência, com pouco atendimento na área de
especializações, na área de atendimento hospitalar, e o que as Prefeituras
fazem é comprar uma ambulância ou comprar um ônibus, colocar a população
enferma dentro e mandar para a Capital. Então, a gente - no Hospital da PUC, no
Hospital de Clínicas, no Hospital Conceição - presencia, no início da manhã, às
5h30min ou 6h, as filas desses ônibus, dessas ambulâncias que vêm do Interior,
trazendo pacientes para obterem atendimento na Capital. Atendimento esse que,
se nós fôssemos discutir um modelo de atendimento do SUS, diríamos o seguinte:
o atendimento básico, o atendimento lá no postinho, é de obrigação do
Município, fica lá no Município, o atendimento de média complexidade fica lá
nas regiões, e, quanto ao atendimento de alta complexidade - que é o que a
gente busca nos principais hospitais especializados -, nós teríamos de
discuti-lo com os principais hospitais do Estado. Buenas, esse sistema não funciona, porque o Município lá do
Interior - por motivo de verbas, por motivo de decisão - não coloca recursos no
atendimento básico, não consegue colocar recursos na área de atendimento de
média complexidade, e, aí, toda população que necessita desse tipo de
atendimento vem a Porto Alegre.
Uma tese, Ver. Nereu D’Avila, que nós,
nesta Casa, nesta tribuna, estamos tratando há anos . Eu, pelo menos, me lembro
de umas cinco ou seis vezes ter vindo a esta tribuna na Legislatura passada
para dizer que o problema de uma Capital como Porto Alegre, que apresentava
limites no seu atendimento na área de saúde, estava diretamente relacionado com
o modelo como estava sendo organizado o atendimento na área da saúde no
interior do Estado. Buenas,
felizmente, os principais meios de comunicação deste Estado reconheceram isso
agora.
Portanto, volto ao Orçamento, dizendo:
quem sabe, se nós revertermos esse triste quadro do Interior, a gente possa,
com os 20% do Orçamento que o Município coloca diretamente na Saúde dos
porto-alegrenses, mais as verbas do SUS, equacionar a demanda dos cidadãos de
Porto Alegre.
A segunda questão que eu queria destacar
no debate sobre o Orçamento: as verbas da área da educação. Nós fizemos todo um
movimento militante-social, para que, quando se mexesse na Lei de Diretrizes
Básicas da Educação, a LDB, discutíssemos o co-financiamento da educação
infantil. O que é educação infantil? A LDB reorganizou o sistema educacional do
País; hoje temos de zero a seis anos a chamada educação Infantil, que antes era
feita pelas creches, mais voltada para apoio e guarda da criança; hoje se
reconhece esse como um período também de educação, e essas crianças de zero a
seis anos são, na realidade, usuárias de uma rede de educação infantil.
Quando se fez a reorganização do sistema
e criou-se essa faixa de atendimento, não se criou fonte de financiamento para
ela e discutimos - os nossos representantes no Congresso, fizemos vários
movimentos - como essa faixa seria organizada, como o Município iria organizar
a educação infantil, se não tínhamos pactuado uma fonte de financiamento.
Porque, se fica exclusivamente no Município, como ele atende a toda a educação
fundamental, de 1ª a 8ª série, e ainda tem de responder pela educação
infantil... Isso não foi resolvido, e a educação infantil foi, aos pouquinhos,
sendo sucateada a ponto de, num período, contarmos exclusivamente com algumas
escolas infantis e com uma rede de creches comunitárias.
Hoje a discussão é outra; já se discute
no Congresso Nacional a necessidade de que a União, o Estado e o Município, que
é o operador da política de educação infantil, sejam financiadores dessa rede,
portanto ampliando a capacidade que o gestor direto possa ter para abrir mais
creches comunitárias, reorganizando o sistema de atendimento de crianças de zero
a seis anos. Portanto, uma vitória da população organizada, que pressionou
quando, lá naquele momento, há cinco anos, na LDB, não foi tratada a questão de
onde viria o dinheiro da educação infantil.
Já falamos, nas Sessões que se passaram
aqui, que a população, participando das plenárias do Orçamento Participativo,
relacionou uma ordem de prioridades para a Prefeitura aplicar seus recursos,
gastar seu dinheiro em investimentos. Em primeiro lugar, a população orientou
gastos na área de habitação. Temos vários Projetos, entre eles um grande
Projeto para essa região da entrada da Cidade, ali onde se formou uma situação
habitacional com uma carência muito grande, então há todo um projeto
direcionado para aquela região. Em segundo lugar, ficou a questão social, mais
focalizada na questão da assistência social; e, em terceiro lugar, a área da
educação, em que se destacou a questão da educação infantil.
Eu quero destacar essa temática que ficou
em segundo lugar, que é a discussão sobre a assistência social, para podermos
entender que hoje, do total de recursos aportados para a assistência social, do
total do Orçamento - eu, na gestão da Fundação de Assistência Social, me
deparava com essa situação -, do total de recursos que nós estamos alocando
aqui, dos 57 milhões de reais para o Orçamento da FASC, uma grande maioria
desse Orçamento, Ver. Pedro Américo Leal, é destinado a incluir pessoas que
foram excluídas. Mas a capacidade que o Estado tem, a partir de uma Prefeitura,
de incluir pessoas, é muito inferior à capacidade que o sistema, que o modelo
de sociedade em que nós vivemos, tem de excluí-las.
Portanto, é necessário colar, nessa
discussão de projeto social para incluir pessoas, o debate da redistribuição de
riqueza deste País. Este País é rico e não pode continuar excluindo pessoas aos
borbulhões, que vão para os cinturões de miséria. Tem de se fazer uma profunda
reflexão com ação concreta que aponte para a redistribuição de riqueza deste
País, porque, senão, só programas e ações sociais não darão conta. A exclusão é
muito maior do que a força que a gente tem para incluir. Portanto, é necessário
redistribuir riqueza, porque aí, sim, nós vamos construir o País que todos
queremos.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib;
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, amigos visitantes que se encontram nesta
Casa e senhores que, em suas residências,
nos acompanham pela TV Câmara, canal 16 da NET, este Vereador tem sido
conhecido como alguém que se preocupa muito com um setor, ou um ângulo ou uma
raia de problemas que afligem muito a sociedade, que é a questão das drogas e
da violência, tanto que este Vereador é Presidente da Comissão que trata de
assuntos sobre drogas e violência em Porto Alegre.
Verificando o Orçamento que deve ser
votado para o ano que vem, entre outras coisas, o que me chamou a atenção - eu
repito, já falei outro dia aqui desta tribuna - foi o Orçamento para o COMEN.
Participei de visitas a muitos lugares e a Audiências Públicas para tratar
sobre drogas e violência, e falava-se muito em como tentar resolver essa
problemática, como chegar a um consenso mínimo necessário de equilíbrio para
tentar trazer algumas soluções. Eu vejo aqui o Orçamento para o próximo ano do
COMEN, e os senhores ficarão pasmados com o que eu vou dizer aqui, isto não é
brincadeira, é sério: apenas 100 reais é o Orçamento de 2004 para o COMEN. E
alguém vai dizer: “Isso é uma assinatura para abrir uma rubrica e, acima dela,
vai ser colocado todo o valor necessário e adequado para executar as funções do
COMEN, Conselho Municipal de Entorpecentes, aqui em Porto Alegre.” Na
realidade, na prática, isso não tem acontecido. Nós sabemos que o COMEN tem
sido sucateado desde que surgiu e que não desempenha a função que deveria
desempenhar. As reportagens vêm mostrando que Porto Alegre...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, a
discussão é o Orçamento para o ano que vem.
O
SR. ELIAS VIDAL: Mas esse assunto está dentro do contexto
do Orçamento, Sr. Presidente. Eu estou falando aqui sobre...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Então vou acompanhar
com mais atenção.
O
SR. ELIAS VIDAL: Estou falando aqui sobre o Orçamento de
2004 para o COMEN. Eu tenho de explanar um pouco. Os outros Vereadores vêm aqui
e falam, agora este Vereador vai ter dificuldades?
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, eu não estou
colocando dificuldades a V. Exa., estou dizendo que a discussão é o Orçamento e
chamo a atenção de qualquer Vereador.
O
SR. ELIAS VIDAL: Eu estou discutindo aqui...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Muito bem, eu até já
me penitenciei, vou prestar muito mais atenção a Vossa Excelência.
O SR. ELIAS VIDAL:
Eu agradeço a Vossa Excelência.
Quando a Peça Orçamentária diz que são
100 reais, na realidade isso é uma intenção do Executivo, porque, se a intenção
fosse de 40 mil, 50 mil, 80 mil reais, já teria vindo na Peça Orçamentária para
ser votada para o ano que vem. Mas, quando colocam apenas 100 reais - eu não
estou falando de 100 mil reais, estou falando em 100 reais por ano -, na
realidade mostra que o Executivo não tem intenção e que isso é o quanto ele se
preocupa com a questão das drogas e com a violência em nossa Capital. Esta é a
realidade: apenas 100 reais.
Então, este Vereador, assim como os
demais Vereadores, como os demais senhores que se preocupam com a questão da
violência, não pode permitir, porque tem-se julgado, em anos anteriores, que o
nosso COMEN não desempenha a função que deveria desempenhar. E, no Orçamento do
próximo ano - já que temos duas Comissões que também estão tratando do assunto
sobre o envolvimento de drogas, prostituição e violência -, eu acredito que nós
precisamos ter um COMEN fortalecido, senão essa intenção de 100 reais, na
realidade, acabará se cristalizando.
Cem reais, na realidade, mostra o quanto
o Executivo se preocupa; essa é a sua visibilidade, é a sua preocupação em
relação a um órgão oficial, a um Conselho que deve desenvolver um papel de
solucionar os problemas da violência, das drogas em Porto Alegre. E deve ser o
Conselho que deverá articular entre os demais conselhos e os demais segmentos
da sociedade. E, quando nós vemos aqui, numa Peça Orçamentária, 100 reais, eu
não entendo que esse valor vai ser apenas para abrir a rubrica e depois vai
aumentar muito mais que esse valor. Porque, o que se vê na retrospectiva é que
pouco se fez para o COMEN, tanto que ele está sucateado, não tem sede, não tem
um carro adequado. Então, como vai promover os seminários, os encontros, os
fóruns, as visitas? Impossível! Precisamos de políticas, políticas definidas
para combater a violência, para combater as drogas. Mas, quando o Executivo
apresenta 100 reais, para mim a intenção é, inclusive, de má-fé. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, público que nos assiste, comunidade presente, nós estamos ainda
discutindo a Lei do Orçamento de 2004. Essa Lei permanecerá em discussão até
amanhã no plenário e, depois, no dia 20, será encaminhada para a Comissão de
Economia, Finanças, Orçamento e Mercosul, da qual fazem parte este Vereador, os
Vereadores João Carlos Nedel, Darci Campani, Carlos Alberto Garcia e João Bosco
Vaz.
Nós promovemos ontem a primeira Audiência
Pública sobre a discussão da Lei Orçamentária de 2004. E, em função de não ter
havido um público razoável, deixamos aberta essa Audiência Pública para
continuarmos a discussão na próxima sexta-feira. Então, convidamos os nobres
Vereadores e as entidades que estão ligadas a alguns mandatos para participarem
- se tiverem alguma dúvida com relação à Lei do Orçamento de 2004 - dessa
Audiência, na próxima sexta-feira, às 9h30min, no Plenarinho da Câmara de
Vereadores. Queremos salientar ainda que a Lei do Orçamento foi amplamente
discutida no Orçamento Participativo e gerou este Projeto que está sendo
discutido aqui na Casa.
Nós pudemos observar, na Lei Orçamentária
de 2004, projetos de extrema importância para Porto Alegre. Eu queria destacar
alguns deles na área da saúde. Nós temos a complementação do anexo do HPS, que
é de extrema importância para Porto Alegre, para a Região Metropolitana e - por
que não? - para todo o interior do Estado, uma vez que os jornais estamparam
claramente, nesta semana, que mais de 42% dos pacientes são oriundos do
interior do Estado.
Nós participamos, nobre Ver. Pedro
Américo Leal, no ano passado, quando V. Exa. presidia a Comissão de Saúde, de
visitas a diversos hospitais de Porto Alegre e percebemos que a grande maioria,
principalmente as emergências, estão sempre lotados, e que desses pacientes, na
verdade - o jornal Zero Hora confirma -, mais de 42% vêm do interior do Estado.
Criticamos aqui, durante todo aquele ano, a política da ambulancioterapia. E
agora se escancara mais ainda, amplia-se mais ainda, não é mais só com
ambulância, mas também com ônibus que trazem os pacientes para Porto Alegre.
Eu diria que muitas pessoas, muitos
políticos, muitas pessoas que têm influências nas Prefeituras do Interior
acabam denegrindo a sua própria imagem e a nossa, quando se utilizam desse
argumento de trazer pacientes para Porto Alegre, influenciando nas Secretarias
Municipais da Saúde. Eles prejudicam, é claro, o atendimento em Porto Alegre,
porque não assumem o atendimento, eles preferem comprar uma ambulância ou até
dar uma passagem para as pessoas consultarem em Porto Alegre do que investir na
área da saúde, construindo um hospital e dando a possibilidade de a família
acompanhar, no hospital, o paciente que está baixado.
Eu acho que é de extrema importância essa
discussão, uma vez que o Município de Porto Alegre investe mais de 14% do
Orçamento municipal - está comprovado aqui na Lei Orçamentária -, e nos
Municípios há apenas uma ambulância ou apenas um hospital que atende só fazendo
consultas, nem mesmo uma tomografia ou uma ecografia é feita. Então, é de suma
importância que esses Municípios criem a responsabilidade de poderem demonstrar
claramente a importância que têm esses serviços, para poderem, então,
compartilhar a dificuldade que Porto Alegre tem no atendimento básico à área da
saúde.
Queremos frisar ainda que nós sabemos,
nobre Ver. Pedro Américo Leal, que inclusive alguns Deputados se utilizam de
senhas para poderem marcar consulta em Porto Alegre. Sobre isso, sim, é que
deveria ser aberta uma CPI da Consulta, porque isso não deveria ser possível,
uma vez que eles, ao invés de investirem na sua base, no seu Município,
preferem trazê-los para cá. Não que nós não defendamos a universalização do
serviço da área da saúde, queremos, sim, a universalização do serviço da área
da saúde, mas queremos que aquele paciente seja assistido não só pelo médico,
mas também pela sua família, que ele não fique desagregado da sua família,
porque isso faz parte do atendimento e do tratamento.
Nós queremos lembrar que, enquanto
município de Porto Alegre, estamos cumprindo, sim, com a nossa missão e esperamos
que o Secretário de Saúde do Estado possa redistribuir melhor esses recursos e
dar mais força para que esses Municípios do Interior se regionalizem com
atendimento e possam possibilitar um atendimento mais adequado à população do
Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Pedro Américo
Leal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não
pretendia ocupar a tribuna, todavia o ilustre Ver. Aldacir Oliboni não que
tenha me provocado, mas teceu comentários sobre algo que nunca me passou pela
cabeça, que foi a Emenda Popular que assinei junto com o atual Deputado Federal
Henrique Fontana, e que nos levou a uma verdadeira campanha em favor do
Hospital Pronto Socorro. Todos devem se lembrar.
Em 1995 - se não me engano -,
transportei-me para a Assembléia durante uma semana e, tendo sido Deputado
Estadual, tinha acesso ao plenário, mas não tinha acesso à palavra. E o que me
disseram os Deputados Estaduais do Rio Grande do Sul? E se me lembro, e quanto,
das palavras deles, que foram à tribuna e proclamaram que iam aprontar, em
Santa Maria, em Pelotas, em Passo Fundo, enfim, nesses Municípios que têm rede
hospitalar condizente, os hospitais que iriam socorrer os Municípios vizinhos!
Claro! Uma ótima idéia! E eu também a manifestava, mas não acreditava!
E hoje eu ouvi o ilustre Secretário de
Saúde dizer a mesma coisa, que seria muito importante e muito consentâneo,
muito adequado que os Municípios que têm uma rede hospitalar, com gente, com
técnicos, com médicos técnicos - hoje em dia toda a Medicina é técnica –
pudessem assistir os Municípios ao seu redor. Mas qual? Oito anos depois... E
até agradeço a V. Exa., Ver. Aldacir Oliboni, por ter abordado essa questão,
porque aqui é o desabafo. Onde estão os discursos dos Deputados, inclusive do
meu Partido? Onde estão? Ficaram por aí, perdidos, ao acaso, nos jornais, nas
rádios e nas televisões e não passaram daí!
E nunca a verba que o Governador Britto
se comprometeu, no fim do ano, a doar para o Pronto Socorro saiu ou foi
reclamada por alguém. Nunca! Daí a minha dedicação ao Pronto Socorro, e se
explica: de 1992 para cá, dediquei-me muito ao Pronto Socorro até o
levantamento daquele edifício nas garagens, que todos conhecem ou pelo menos já
ouviram falar. Eu pergunto: por que não se faz como em Passo Fundo, que atende
aqueles Municípios ali do seu lado: Fontoura Xavier, Soledade e outros. Santa
Maria atende os Municípios ao seu redor. Esses Municípios impedem que as
pessoas venham para cá, em ambulancioterapia, em ônibus-terapia, numa situação
velhaca. Velhaca! O termo é este: velhaca! Palavras, apenas palavras. Por que
não fizeram isso há oito anos?
Quando me desloquei para a Assembléia Legislativa, sentei ao
lado de um Deputado - e, diga-se de passagem, era o ilustre Deputado José
Otávio Germano - durante uma semana, acompanhando sem poder responder. E como
queria responder aos Deputados! Eu não acreditava neles, inclusive nos do meu
Partido. E não deu outra, como se diz na gíria: passaram-se oito anos e nada
saiu, nem a verba do Pronto Socorro, o que custou a eleição de Britto, que não
foi eleito principalmente por causa dessa verba. Eu estive várias vezes com
ele.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, seu
tempo está esgotado. Conclua, por favor.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Vou concluir, V. Exa., afinal de contas,
venceu, vou concluir. Eu tenho a
lamentar isto: palavras e palavras, é isso que desmoraliza os oradores, os
políticos. É preciso partir para a ação! Chega de bazófias, chega de palavras:
temos de ter ações, claro que com a cooperação do Executivo. Se o Executivo for
inerte, for indiferente às idéias que apresentamos, o que adianta nos reunirmos
aqui todas as tardes, nos reunimos para dar idéias? Porque, além de idéias, não
podemos ter nenhuma iniciativa.
Sr. Presidente, então, apresso-me
desmesuradamente para atender ao seu pedido. Encerro devidamente esta
amargurante contestação. Nada fizeram neste Estado para compensar a área da
saúde. Agora, o que vão fazer? Sei lá, estão falando, outra vez, depois de oito
anos, a mesma coisa. (Palmas.)
(Revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maristela
Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que está nos assistindo, senhoras e senhores, fico
impressionada. Eu também acho que tudo que está sendo discutido aqui,
realmente, diz respeito à Pauta Especial. Agora, é impressionante.
Nós tentamos, Ver. Pedro Américo Leal,
fazer muitas modificações, inclusive na área de segurança, acabar com a
corrupção, com o narcotráfico, com o esquadrão da morte, com as denúncias que
nós fizemos aqui com relação à área da segurança. Mas o senhor foi o primeiro a
vir aqui. O que falta, aqui, é coerência; não é ação, é coerência com o
discurso e com a prática, porque, quando nós tentamos modificar a experiência
neste Estado, o senhor foi o primeiro, aqui, junto com tantos outros desta
Casa, a nos criminalizar. E, agora, vêm com discursos clamorosos, fervorosos,
como se fossem os salvadores-da-pátria. Foi sob a responsabilidade, sim, do
Governo do Fernando Henrique que o País ficou do jeito que está. Mas nós não
corremos da situação em que estamos. Nós não corremos!
(Aparte anti-regimental do Ver. Pedro
Américo Leal.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Por favor, apartes
anti-regimentais não são permitidos.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Mas, falando sobre a discussão que nós
estamos fazendo, quando nós estamos frente a uma realidade muito séria, sei que
outros oradores que me antecederam aqui também se pronunciaram em relação à
questão da Saúde. Nós sabemos há quanto tempo vimos enfrentando a problemática
de Saúde, em especial em Porto Alegre. Afinal de contas, em Porto Alegre é que
estão instalados os principais hospitais, as especialidades, enfim, nessa área.
Agora, é inconcebível que nós continuemos aceitando o tipo de política, na área
da saúde, que não a da descentralização. Não é mais possível Porto Alegre
aceitar, e nós, como cidadãs e cidadãos, aceitarmos. Agora, nem são mais
ambulâncias; agora é ônibus, talvez trem, como eu vi hoje de manhã. Não é mais
possível que as pessoas sejam tratadas, neste Estado, como boiada, tendo de
sair do seu local de origem, vir para Porto Alegre, na grande maioria das
situações, para fins eleitoreiros. Nós sabemos que, aqui em Porto Alegre, nós
temos vários locais onde - há pessoas que, infelizmente, não têm onde ficar,
porque têm de se deslocar do Interior para cá - são feitas casas para as
pessoas ficarem.
E esses mesmos políticos não se preocupam
em fomentar no interior do Estado a questão da prevenção, porque construir um
hospital não é o pior; manter o corpo de funcionários especialistas é que é o
difícil. E fazer uma política preventiva, porque política preventiva é como
enterrar cano: não aparece a curto prazo. Então, muitas vezes, ou na grande
maioria das vezes, não dá votos, no final do ano, quando as pessoas querem se
reeleger. Isto é uma das piores coisas que pode existir no mundo político: a
falta de responsabilidade e a responsabilidade da política olhada apenas para o
seu umbigo, daquelas pessoas que querem fazer promoção e não pensam na
sociedade em geral. E esse não é apenas um discurso para fazer bonito, é o que
nós estamos vendo em qualquer meio de comunicação, nesta semana, aqui em Porto
Alegre.
Nós implementamos uma política dos PSFs
em todos os nossos Municípios e, hoje, ela não está sendo colocada em prática
como deveria estar. Aliás, falando em promessa, Vereador-Presidente, nós
tivemos uma promessa na área da saúde: o Governador Rigotto dizia que ia
construir a cada um quilômetro um posto de saúde...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereadora,
voltemos ao Orçamento de 2004, por favor.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Vereador, isso é o resultado de não haver
um Orçamento digno para a população de Porto Alegre no ano seguinte. Então, se
eu não puder me reportar a isso como uma promessa de campanha e cobrar, porque
isso repercute no município de Porto Alegre, então, eu não sei, talvez eu
esteja equivocada na fala que estou fazendo.
Há poucos dias aqui, um Vereador - eu li
hoje -, na quinta-feira passada, falou o tempo todo, falou inclusive da questão
da ONU, dessa senhora da ONU, que, por justiça... Parece que o Judiciário
brasileiro é intocável. Está lá o Lalau para dizer que não há corrupção. Então,
para não fazer supostas insinuações, o Lalau, que é um jurista, está lá; aliás,
está em casa, numa boa, e nós ainda estamos pagando para os caras ficarem
cuidando do coitadinho que roubou o que roubou, e está aqui a situação do nosso
País que nós estamos vivendo. Se isso não é discutir, na seqüência e na
conseqüência, o que vem aqui, quem é que mais tem responsabilidade, hoje, no
País? Não são os Municípios? A carga toda não recai sobre o Município? Então,
tem de ter responsabilidade. (Mostra documento.) Está aqui: saúde, um direito
de todo o brasileiro.
Eu, sinceramente, que sou do Partido dos
Trabalhadores, e tantos outros quisemos que o Lula estivesse onde ele está,
estamos torcendo e agindo para que isso dê certo. E o Brasil, como nós todos
sabemos, está mal de saúde, e esta é uma das mais perversas heranças que este
Governo Lula recebeu das administrações anteriores: filas enormes nos hospitais
públicos, falta de remédios, de médicos e de enfermeiros, as populações de
baixa renda ainda não têm direito a uma vida saudável. Resgatar essa dívida
social é compromisso, sim, de todos nós. Para isso os incentivos financeiros
para os diversos programas da saúde, da família, agentes comunitários - que nós
implementamos aqui em Porto Alegre, com muita sapiência -, sanitária, etc.,
foram aumentados em 366 milhões, significando um acréscimo de 20%. Nós, aqui em
Porto Alegre, estamos investindo 14% do Orçamento de Receita própria. E
queremos, com isso que está aqui...
O Sr. Renato
Guimarães: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Para me somar à sua manifestação, Vereadora, só especificando um
pouquinho, na página nº 275 da nossa proposta orçamentária, estão os valores
arrolados para o custeio das atividades na área da saúde do ano de 2004: são
486 milhões, 665 mil reais, no total. Se nós formos ver a distribuição desses
recursos, a quantia para assistência hospitalar e ambulatorial é de 329 milhões
de reais, a gente vê que o município de Porto Alegre, por meio da ação da sua
Secretaria, compondo com verbas do SUS, desenvolve uma atividade intensa, que
acaba não tendo resposta prática na condição de atendimento de todos os
cidadãos de Porto Alegre, porque estamos à beira de um processo onde toda a
população do interior do Estado aporta à Capital.
Portanto, hoje, discutir o Orçamento do Município na área da
saúde, é discutir o Orçamento do Estado na área da saúde. O que vamos fazer com
esse Interior, para que os cidadãos de outras cidades não precisem ser
atendidos em Porto Alegre?
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: E nós, que somos defensores do SUS, que achamos
que todas as pessoas devem ser atendidas, não podemos fechar as portas de Porto
Alegre. Agora, a irresponsabilidade dos Municípios e a irresponsabilidade do
Governo do Estado é berrante.
Quando tratamos da área da saúde, aqui, sabemos o quanto
falta ainda, nós, que nos pautamos em uma política de saneamento básico, na
qualificação da água, na questão de as pessoas morarem bem, que não morem mal,
como está sendo realizado o Projeto Entrada da Cidade - isso significa pensar
na saúde. Não podemos cair na política das multinacionais farmacêuticas que
contabilizam quantos doentes precisam para vender seus medicamentos. O
aposentado, hoje, no Brasil, que recebe uma miséria de um salário mínimo, mais
da metade desse seu salário vai para a compra de medicamentos. Não é verdade? É
assim que funciona. Temos de reverter essa situação, dar um basta! Adoecer as
pessoas, para depois tratá-las? Não!
Temos de fazer aquela política do cano enterrado, que não
aparece, mas que dá dignidade para as pessoas, dá responsabilidade. E não fala
aqui uma Vereadora que apenas passa em vila em época de eleição. Fala quem mora
lá, quem sente isso todos os dias, com responsabilidade, sem fazer
assistencialismo ou discurso fácil, que sente na pele o quanto é difícil ver as
pessoas - mesmo ainda em Porto Alegre, porque a maioria da população do Estado
vem para Porto Alegre -, a nossa população não sendo atendida. É essa a
dignidade que queremos resgatar, discutindo a Pauta Especial.
Termino, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exa. pela
tolerância. Muito obrigada.
(Revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra
para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Vereadoras, prezada assistência, estamos, mais uma vez, discutindo o Orçamento
de Porto Alegre e falamos, há pouco, em saúde. É muito fácil falar, mas o bom
mesmo é demonstrar em números, que aqui estão. Tristemente, o SUS tem uma
redução para o próximo ano - redução - de aproximadamente 3 milhões por mês.
Trinta e seis milhões por ano. Redução. Embora a inflação esteja em 8% ou 6%...
O
Sr. Sebastião Melo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Muito obrigado, Ver. João Carlos Nedel. Eu, agora, comecei a gostar
do debate porque V. Exa. começa a falar do Orçamento real. Porque, quando a
Bancada governista vai à tribuna, ela fala do Orçamento virtual. Porque quem
anda por esta Cidade sabe que as pessoas, tristemente, estão aguardando mais de
dois anos para consultas especializadas, que as prateleiras dos postos de saúde
estão sem remédios, que faltam enfermeiros, que faltam médicos - esta é a
realidade da Saúde no País. Não falta dinheiro para os banqueiros, para o Fundo
Monetário Internacional e não falta dinheiro para a publicidade do Governo
Lula, mas para a saúde pública está faltando muito dinheiro. Esta é a
realidade, e, portanto, V. Exa. entrou num bom debate que é o debate do
Orçamento real, verdadeiro e não virtual como a Bancada governista tem colocado
dessa tribuna.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vossa Excelência tem toda razão. Ontem,
esteve no meu gabinete um menino de oito anos que caiu com o rosto sobre um
arame farpado; e o menino tem uma cicatriz impressionante no rosto e está há um
ano e meio esperando para fazer uma cirurgia plástica, um ano e meio! O menino
não pode mais ir a aula porque é gozado pelos colegas: "Tu és o 'cara
marcada'." Um menino de oito anos.
O
Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigado, Ver. João Carlos Nedel, pela sua gentileza. Ver. João
Carlos Nedel, o Vereador que lhe aparteou há pouco fez uma decoreba aqui,
repete esse discurso em todas as reuniões, em todas as nossas Sessões e
reuniões de Comissões. A gente já conhece o Vereador e sabe que ele defendeu,
inclusive, a privatização do GHC. Mas nós queríamos perguntar a V. Exa., que
faz um debate sério: qual o Município neste Estado que investiu, com recursos
próprios, mais recursos na Saúde do que Porto Alegre e que contratou mais
trabalhadores na área da saúde - sejam médicos, paramédicos ou trabalhadores da
Saúde - do que Porto Alegre? V. Exa. sabe de algum Município que invista mais
em Saúde do que Porto Alegre?
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vereador, eu, exatamente, não sei lhe
informar, mas posso lhe dizer que Porto Alegre era, até pouco tempo, a campeã
da qualidade de vida e hoje já está em nono lugar. Isso é sinal de que outros
têm investido mais do que Porto Alegre. Nada contra, mas já passamos para o
nono lugar. Também...
(Aparte anti-regimental do Ver. Renato
Guimarães.)
Exatamente. Eu sou Vereador de Porto
Alegre, eu não sei exatamente o que os outros têm investido. Eu faço votos de
que a Prefeitura cumpra o que está dizendo: que irá, no ano que vem, aplicar
19% em Saúde. É o que o Prefeito está aqui dizendo. E eu faço votos de que isso
aconteça.
A Ver.ª Maristela Maffei, Ver. Juarez
Pinheiro, veio aqui, também, fazer alguns desvios sobre o nosso Orçamento. Veio
falar em drogas, veio falar numa série de coisas, e eu também posso dizer, e é
muito bom que tenhamos muito cuidado com o assunto das drogas que está-se passando,
e é muito bom que o Governo Lula declare, de uma vez por todas, que não está
apoiando as FARC e nem o Sendero Luminoso - porque os dois fazem parte, junto
com o PT, do Foro de São Paulo. Nós sabemos muito bem. E desde que foram
unidos, em 1990, no Foro de São Paulo, as FARC cresceram, as drogas cresceram,
e a miséria aumentou. Eu gostaria que ela não tocasse nesse assunto porque não
é do Orçamento e eu não quero tocar.
Eu quero tocar no Orçamento e quero tocar
num assunto que me diz muito respeito. Eu trato, fortemente, nesta Casa, sobre
a questão do desenvolvimento. Penso que o desenvolvimento é muito importante
para a geração de emprego, pois o emprego devolve a dignidade às pessoas. Hoje,
nós temos 130 mil pessoas sem dignidade em Porto Alegre porque não têm emprego!
Precisamos investir no emprego. Então, aí eu vou olhar o Orçamento da
Prefeitura, da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, que é a
responsável pelos investimentos na área geradora de emprego e renda, num
Orçamento de 19 milhões de reais, investirá 2 milhões e 400 mil reais na
geração de emprego e renda. Em que ela vai investir? Ela vai investir lá no
novo Projeto da Entrada da Cidade, onde aquele pessoal será relocalizado. Em
que irá investir? Não especifica, mas eu entendo que vá investir em um galpão
de reciclagem de lixo que, de fato, gera renda. Nós temos que ver que é um
setor gerador de renda, mas isso não é desenvolvimento; isso é trabalho
temporário, suplementar e que agrega renda, sim, tira da miséria absoluta e
fica na miséria relativa. Então, vai investir 2 milhões e 400 mil para a
criação de um galpão de reciclagem de lixo.
Outro investimento será a criação de uma
horta comunitária. É muito bom também terem horta comunitária, pois as pessoas
terão uma certa quantidade de alimentos para a sua manutenção. Vai investir
também em promoção industrial - esse é o problema. Estarão agregados no
Orçamento 600 mil reais. Mas desse valor, 295 mil reais serão para pessoal e
encargos; outras despesas de manutenção, mais 290 mil reais. E o que sobrou
para investimento real? Dos 600 mil reais, sobraram apenas 30 mil reais para
investir na geração e apoio ao desenvolvimento industrial. Ora, 30 mil reais
não dá para fazer uma rua lá no Parque Industrial da Restinga, que está há 16
anos paralisado.
Para finalizar, eu gosto muito do
turismo, porque o turismo é o setor que mais gera emprego e renda, é um setor
multiplicador, influi em 32 ramos da economia. Porto Alegre tem atrações
turísticas, mas falta investimento, falta trabalho. Sabe quanto vão investir no
turismo no ano que vem? Cem reais! Cem reais serão investidos no turismo, Ver.
João Bosco Vaz.
(Aparte anti-regimental do Ver. João
Bosco Vaz.)
Não, são 100 reais. Eu também fiquei
verificando, calculando, e apenas 100 reais serão investidos em turismo!
O
Sr. Sebastião Melo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) O Governo que investe 100 reais em turismo é o Governo que pede uma
inexigibilidade de licitação para gastar mais de um milhão de reais na cidade
virtual, que é o programa “Cidade Viva”. Este é o Governo da Frente Popular:
discurso jeitoso, prática conservadora e a favor dos grandes.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: E o pior, Vereador: não pagam os
fornecedores desde junho, mas para publicidade há dinheiro à vista, sim.
Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente e demais Vereadoras
presentes nesta Sessão, como membro da Comissão de Finanças desta Casa, tenho
aqui a responsabilidade de passar alguns dados que estão no Orçamento. Acredito
que o nosso Presidente já deva ter passado a dinâmica sobre a discussão do
Orçamento da cidade de Porto Alegre.
Esta Casa, por uma questão legal - a Lei
de Responsabilidade Fiscal -, tem de promover uma ou mais Audiências Públicas.
Fizemos, conforme determinação, a convocação por edital público em todos os
jornais da cidade de Porto Alegre. Infelizmente, não tivemos a audiência que
gostaríamos de ter, mas foi publicado, e, tendo em vista essa necessidade de se
fazer um grande debate sobre o Orçamento da cidade de Porto Alegre, por mais
que ele já tenha sido debatido, resolvemos dar prosseguimento. A Audiência
Pública não foi encerrada, ela terá prosseguimento na próxima sexta-feira,
daqui a dois dias, neste mesmo plenário, às 9h30min. Então, aqueles que nos
assistem e todos que estão aqui hoje participando da nossa Sessão estão
convidados, convocados, para, aqui na Câmara Municipal, continuarem a Audiência
Pública, pois é nosso intuito fazer um debate o mais amplo possível sobre o
Orçamento da cidade de Porto Alegre. Por isso, estamos aqui inscritos para
discutir a Pauta Especial, vemos uma boa participação da população aqui e
sabemos que todos que estão-nos assistindo, através do Canal 16, também estão
podendo acompanhar os números do Orçamento desta Cidade.
Ressalto alguns dados interessantes. No
nosso Orçamento está previsto 12,64% de investimentos, despesa total menos o
SUS. De tudo que nós vamos arrecadar, tirando o SUS, que é uma grande parcela,
nós vamos gastar 12,64% em investimentos, ao contrário de um outro Governo que
está por aí, que, segundo consta, investirá apenas 4% - o Governo da “Paz e
Amor”, do grande coração do Rio Grande do Sul -, ou seja, três vezes menos do
que o Governo da Prefeitura de Porto Alegre vai investir. A proposta
orçamentária prevê 37,56% para a área da educação, sendo que a Constituição
prevê 25% e a Lei Orgânica 30%, mas a Prefeitura está apresentando uma proposta
orçamentária de 37% de gastos na área da educação. A Constituição prevê 15% de
gastos na área da saúde, tão debatida, tão falada. Parece que alguns colegas
aqui nunca foram Governo; parece que, quando eram Governo, a área da saúde
estava muito bem; parece que a população do Brasil sempre foi muito bem
atendida e há apenas oito, nove meses a Saúde entrou num caos total. Na nossa
proposta orçamentária, vamos aplicar praticamente 20% do nosso Orçamento na
área da saúde, ou seja, 5% a mais do que a Constituição exige.
Há duas cidades, não dá para a gente
tentar ignorar. Há uma cidade em que alguns Vereadores da oposição - não todos
- insistem em não ver que está crescendo, que está tendo pavimentação, que está
tendo as suas demandas atendidas por intermédio de uma ampla discussão, por
intermédio do Orçamento Participativo. A comunidade mobilizada participa,
conquista, vai lá e entende o que é o Orçamento do Município. Não vai,
simplesmente, num dia qualquer, acarreada por ônibus, sem informação alguma
sobre o que está sendo discutido e vota rapidamente ali numa demanda a que é
orientada a votar. Não. A comunidade vai para uma plenária - aqui em Porto
Alegre é assim -, lá nessa plenária elege os seus delegados; o delegado volta à
comunidade, discute com ela e chega a esses números de 12,64% de investimentos;
37,56% para a área da educação e 19,95% para a área da saúde. São os gastos que
estão previstos no nosso Orçamento.
Nós temos boas notícias também que vêm
consagradas neste Orçamento como a Pista de Eventos. O nosso Prefeito, com
todas as dificuldades que estamos encontrando, com todas as dificuldades
encontradas em todo o processo de discussão da Pista de Eventos, está
investindo 4 milhões e 500 mil na Pista de Eventos, para garantir que o
carnaval de 2004 seja no local já designado e que, no ano de 2005, a gente já
esteja com o máximo possível da Pista de Eventos pronta. Garantindo-se, assim,
a realização do carnaval em seu local definitivo, como em todas as cidades de
grande porte. Os locais nem sempre são próximos do Centro, São Paulo possui sua
Pista de Eventos bastante distante do centro da cidade.
Temos para a população da Tristeza,
nossos vizinhos, estou-me mudando para lá, criei-me naquela zona, para os
nossos vizinhos da Av. Wenceslau Escobar, 2 milhões de reais para o alargamento
da avenida, hoje uma grande via, importante para a comunicação com o Centro da
Cidade. Esse alargamento, provavelmente, trará muita qualidade de vida para os
moradores da Zona Sul, e, retificando - até falando em qualidade de vida -,
Porto Alegre continua - o Ver. João Carlos Nedel disse que a Cidade está em
nono lugar, devemos ter lido notícias e pesquisas diferentes - como a Capital
de melhor qualidade de vida e com alguns índices bastantes interessantes, não
só é a Capital de melhor qualidade de vida, mas também a Capital com maior
renda per capita e a Capital de menor
taxa de desemprego. São alguns índices que estão lá na pesquisa; não foi a
Bancada do PT, não foi o PT, são instituições sérias que fazem essas pesquisas.
Com relação ao monitoramento ambiental,
vamos gastar mais de um milhão de reais em monitoramento ambiental, coisa que
eu acho que a cidade de Porto Alegre nunca viu, cidade nenhuma, capital nenhuma
deve ter visto tanto investimento em monitoramento ambiental. Qualidade de vida
significa também qualidade de meio ambiente, e nisso a gente tem um movimento
firme do Diretor do DMAE, da Prefeitura de Porto Alegre, para conquistar os
recursos. Nós temos capacidade financeira, temos uma máquina enxuta e
habilitada para captar recursos em nível internacional, não estamos
endividados, não há um Prefeito que não esteja por aí divulgando estar
endividado. Nós temos as nossas contas justas e devidamente administradas há 15
anos, as quais nos habilitam a captar recursos em cifras bastante pesadas para
fazer o tratamento da Ponta da Cadeia e, quem sabe, termos novamente
balneabilidade no bairro Ipanema. São investimentos que aí estão.
Quanto aos nossos vizinhos, nossos amigos
da Vila Zero Hora, também está no Orçamento os recursos necessários para,
finalmente, a gente poder fazer a construção da Vila Zero Hora e poder ter mais
qualidade de vida na cidade de Porto Alegre - que é a Capital da qualidade de
vida.
Para concluir, realmente nós temos duas
cidades: a cidade que alguns Vereadores da oposição falam por aí, inclusive a
gente já tem batido bastante nessa tecla. A gente não consegue entender por que
os Vereadores que vêm aqui parecem que não conseguem ver a Cidade que está aí
fora, com a sua qualidade de vida. Se Porto Alegre está com essa qualidade de
vida, como é que estão as outras capitais, as quais são administradas por esses
outros Partidos? Vamos olhar também essas outras cidades. Os Vereadores acabam
chamando, na prática, o eleitor porto-alegrense que nos elegeu pela quarta vez
- e vamos ganhar as eleições de Porto Alegre pela quinta vez - de burro. É isso
que o Vereador está fazendo, quando vem aqui e diz: “A Cidade está um caos, a
Cidade está abandonada, a Cidade está ruim.” Vereador que vem aqui e diz isso
acha que o nosso eleitor não tem conhecimento do que realmente acontece na
cidade de Porto Alegre. O morador de vila sabe o que está sendo investido na
cidade de Porto Alegre. Precisa mais? Precisa. Nós precisamos aprofundar a
democracia. Temos o Congresso da Cidade que se inicia nesta sexta-feira;
convidamos toda a população - se não me engano, hoje é o último dia para as
inscrições pela Internet ou pelo
telefone 156 - para o nosso Congresso da Cidade, que começa sexta-feira à
noite, para que possamos aprofundar democraticamente a discussão do nosso
Orçamento. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa, com
satisfação, anuncia a presença dos Vereadores Lucimar Volpi, do PDT de Engenho
Velho; Marco Aurélio Cunha Santos, do PMDB de São Sepé; Marco Filipini, do PFL
de São Sepé. Presentes também os Vereadores Eliseu Argollo de Morais, do PDT de
São Luiz Gonzaga; Neila Maria Alves, do PDT, Presidente da Câmara de Vereadores
de Tapes; José Frantz, do PMDB de Mostardas. São todos bem-vindos, sintam-se em
casa, saúde e paz!
Apregôo Emenda nº 01 e Emenda nº 02, do
Ver. Marcelo Danéris, ao PLL nº 115/03, Projeto que dispõe sobre a Feira de
Artesanato do Brique de Sábado da Av. José Bonifácio.
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. 4405/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 339/03, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que denomina Praça José Fernando Cirne Lima Eichenberg um
logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício
Borges.
PROC. 5215/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 383/03, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Leonilda Flores Rubens um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 5416/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 044/03, que autoriza o Chefe
do Poder Executivo a intervir no acordo de parcelamento de débito junto ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, entre o Departamento Municipal de
Limpeza Urbana – DMLU e a Caixa Econômica Federal – CEF.
2.ª
SESSÃO
PROC. 5067/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 375/03, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que declara de utilidade pública a Associação dos
Moradores da Vila Nova Esperança.
PROC. 5300/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 093/03, de autoria do Ver.
Cassiá Carpes, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Banda da
Saldanha Marinho.
PROC. 5345/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 042/03, que institui no
Município de Porto Alegre a Contribuição para Custeio da Iluminação Pública
prevista no artigo 149A da Constituição Federal.
PROC. 5346/03 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 008/03, que altera a redação do § 3.º do art. 5.º da
Lei Complementar 478, de 26 de setembro de 2002 e dá outras providências.
(PREVIMPA)
3.ª
SESSÃO
PROC. 4531/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 349/03, de autoria do
Ver. Sebastião Melo, que dispõe sobre a obrigatoriedade de o Município de Porto
Alegre indenizar as vítimas de acidentes resultantes de alagamentos nas vias
públicas, quando preenchidos os requisitos exigidos nesta lei.
PROC. 5005/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 369/03, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Pastor Carlos Walter Winterle.
PROC. 5221/03 – PROJETO
DE RESOLUÇÃO N.º 092/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que
concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo de Pagode Sem
Comentários.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maria Celeste
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Ver.ª Maristela
Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em
Pauta há vários Projetos, mas um de muita emoção, que é o que denomina de José
Fernando Cirne Lima Eichenberg uma praça em Porto Alegre. É um ilustre cidadão
gaúcho que faleceu recentemente e foi nosso Secretário de Segurança com
excelentes serviços prestados.
Também está em Pauta, novamente, a Lei
vinda do Executivo, instituindo em Porto Alegre a Taxa de Iluminação Pública.
Mais uma carga tributária para o povo pagar. Saúdo a presença dos Vereadores de
São Luiz Gonzaga - a minha terra -, de Mostardas, de Engenho Velho, de Tapes,
de São Sepé e de várias cidades do interior do Estado que estão aqui fazendo um
curso muito importante sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa é uma Lei
importante, e as Prefeituras têm de se aperfeiçoar. Está em Pauta, Srs.
Vereadores do interior e da Capital, a instituição da Taxa de Iluminação
Pública. A argumentação, senhoras e senhores, é diferente para Porto Alegre e
para a minha terra, São Luiz Gonzaga. Por quê? Porque São Luiz Gonzaga tem uma
escala de impostos pequena, não tem muita possibilidade de grandes elevações de
impostos, não tem recursos, não aufere renda, Receita própria capaz de suportar
essa Taxa de Iluminação Pública. E Porto Alegre, ao contrário, tem escala de
Receita. Suponhamos, Ver. Argollo, que São Luiz Gonzaga deva ter 10 mil
moradias. E Porto Alegre quantas tem? Oitocentas mil moradias? Setecentas mil
moradias? Que já recolhem impostos suficientes, mas as 10 mil moradias de São
Luiz Gonzaga não recolherão Receita necessária para suprir, para cobrir a
necessidade de iluminação pública.
O
Sr. Nereu D’Avila: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Só para colaborar com o discurso de V. Exa., concordando,
evidentemente, com a troca do termo “taxa” por “Contribuição de Iluminação
Pública”, para evitar futuros problemas com a Justiça, mas a “mordida” é a
mesma.
Aproveitando a presença de Vereadores do
Interior, quero dizer que é diferente o problema do Interior, porque lá,
realmente, existem as suas idiossincrasias locais, então a contribuição terá
outra conotação. Parece até que a maioria dos Municípios já a aprovou,
diferente de Porto Alegre, Vereador, em que existe feérica iluminação, há muito
tempo, cuja população paga muito bem a CEEE. Portanto, seria mais um ônus e,
francamente, com a crise por que passa o País hoje, e todos nós lutando para
que a Reforma Tributária não aumente os impostos, que já estão em 36% do PIB,
seria uma loucura a Câmara de Porto Alegre aprovar mais um ônus para a nossa
população.
Então, sou solidário com V. Exa. no
sentido de que acho, creio, acredito e até faço torcida para que esse Projeto
nem seja votado, porque a Câmara de Vereadores, repito, não pode fazer isso com
a população de Porto Alegre. É a minha opinião e coincide com a sua. Muito
obrigado.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu sou muito grato a V. Exa., vamos
debater mais profundamente e mantenho este meu argumento: Porto Alegre tem
receita suficiente e não precisa agravar mais essa pesada carga tributária
sobre a população. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Darci Campani
está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. DARCI CAMPANI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, há 10 Projetos correndo Pauta, e talvez o mais importante para a
população de Porto Alegre seja o que fala sobre a Contribuição para Custeio da
Iluminação Pública.
Ao contrário do que alguns
Vereadores da oposição vêm aqui informar, não é esse o aspecto que está sendo
indicado na Contribuição para Custeio da Iluminação Pública. Os Vereadores
enganam a população de Porto Alegre quando vêm aqui discursar: “Não, no
Interior vão colocar mais postes para chegar a luz até lá; para atender à
propriedade rural”. Não. A Taxa de Iluminação Pública, ou aqui a chamada
Contribuição para Custeio de Iluminação Pública, é um movimento nacional. A
Organização Nacional dos Municípios, representada no Rio Grande do Sul pela
FAMURS - Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul -,
participou de várias caminhadas a Brasília, vários movimentos de Prefeitos para
irem a Brasília e defender a mesma coisa. Não houve um Município que tenha ido
lá defender uma coisa, e outro, outra coisa, era uma única reivindicação: a
instalação da Taxa de Iluminação Pública, porque todos os Municípios estavam
sendo cobrados de contas, como o Estado era muito mal-organizado, era meio que
“tocado” conforme dava para “tocar”, as companhias de energia elétrica
financiavam a iluminação pública gratuitamente. E agora se acirrou isso, por
quê? Pela privatização. As companhias foram privatizadas e não podem mais dar
essa iluminação pública de graça para a população. Elas têm de receber os seus
recursos, para poderem ser saneadas, para poderem realmente funcionar enquanto
empresas privadas que são. E as empresas públicas não têm por que ser
diferentes, elas têm de receber, elas estão prestando um serviço, está lá a
lâmpada acesa, gastando energia, está lá a hidroelétrica gerando energia, está
lá toda a rede de transmissão até chegar ao ponto de luz. É essa a discussão
que ocorreu em Brasília com a presença de milhares de Prefeitos, que foram a
Brasília, assinaram documentação, por mais de uma vez - parece que a coisa é
uma novidade -, mas foi mais de uma vez.
O Projeto de Lei que estabelecia
possibilidade de cobrança da iluminação pública foi mais de uma vez votado em
Brasília. O primeiro não deu certo, houve questionamentos sobre a legalidade,
teve que ser refeito, e aí sim se conseguiu um Projeto de Lei, uma Lei
nacional, hoje é Lei no Brasil a possibilidade de as Prefeituras cobrarem pela
iluminação pública.
E toda essa mobilização se deu única e exclusivamente porque
os Municípios não têm condições de cumprir com os custos do pagamento da conta
de luz, coisa que nunca foi paga. A partir da privatização, a partir de quando
começou a ser levada a sério a questão do pagamento de contas públicas, o
Município teve de começar a pagar. Quantas Prefeituras - não foi uma, nem duas
- tiveram o seu acesso à luz cortado? Normalmente demorava meio dia, ou um dia,
ficava aquele pânico na cidade, porque a Prefeitura estava sem luz, e logo se
fazia uma nova negociação para reabilitar a Prefeitura e se ter a luz acesa de
novo. E voltava a negociação. Essa é a discussão. Não tem nada de botar poste
lá no Interior, não sei onde, de que em Porto Alegre seria diferente do que em
outras cidades. Se é por isso, Porto Alegre tem 30% do seu território ainda em
área rural, que também tem as mesmas dificuldades.
Então, a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública
não tem outro objetivo que não seja o de ressarcir à empresa que presta
serviços na área de iluminação pública os custos que lhe são competentes, que
até há pouco tempo não eram pagos por Prefeitura nenhuma. Isso não dá para
dizer que só ocorre em Porto Alegre, mas ocorre em todas as Prefeituras. É um
movimento nacional de todas os Prefeitos. Está lá a FAMURS, com Prefeitos do
PDT, do PTB, do PMDB, do PPS, do PP, do PSDB, do PT, do PSB, todos os
Prefeitos, ou melhor, todos os Partidos defendem essa taxa a ser cobrada, com o
nome aqui que a gente está propondo: Contribuição para Custeio da Iluminação
Pública.
Paga-se para ter o serviço. E a gente sabe que a população,
em qualquer cidade, quer o serviço prestado. Ela paga, ela tem condições de
pagar, ela gosta de pagar por aquele serviço que realmente é prestado. Pelo
serviço que não é prestado, realmente ninguém gosta de pagar. Mas, se é para
ter luz na frente da minha casa, eu prefiro pagar a ter a luz cortada por falta
de pagamento, como aconteceu em várias cidades deste Brasil. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Alberto
Garcia está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sra. Presidenta, Ver.ª Maria Celeste;
colegas Vereadores e colegas Vereadoras, especialmente todos aqueles que aqui
nos prestigiam, no plenário da Câmara, queremos destacar aqui e discutir dois
Projetos, Ver. Haroldo de Souza, nesta tarde de quarta-feira, um Projeto de
nossa autoria e outro que diz respeito a um Projeto do Executivo. Tramita em
2.ª Sessão Projeto que altera as alíquotas referentes às contribuições
previdenciárias dos municipários. Ao discutir este Projeto, eu não posso deixar
de trazer à baila a Bancada governista na oposição e a Bancada governista na
situação...
O
Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Com a vênia do orador,
Ver. Sebastião Melo, elegantemente, eu só consulto a Mesa, porque o Projeto que
trata das alíquotas, que passa de 6,75% para 11%, Ver. Sebastião Melo,
parece-me que ele está com alguma dificuldade ainda na Diretoria Legislativa, e
eu até consultaria se é este o Projeto que está na Pauta. Se é este, eu peço
vênia e peço desculpas ao orador, mas parece-me que ele não está na Pauta.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Bem, a Ilse, minha Assessora de plenário,
não se encontra aqui; todavia, este Projeto corria Pauta paralelamente ao
Projeto da Contribuição de Iluminação Pública; talvez seja outro o Projeto do
PREVIMPA, e, se não for ele, reservo o direito de discuti-lo no momento
oportuno. A Diretoria Legislativa informa que não é este o Projeto.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Estamos verificando,
Ver. Sebastião Melo, inclusive parei o tempo para que V. Exa. não seja
prejudicado.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Vamos discutindo o outro Projeto. Nós,
Presidenta, queremos, então, discutir também outro Projeto, nesta tarde, que é
um Projeto de nossa autoria, que dispõe sobre a obrigatoriedade de o Município
de Porto Alegre indenizar as vítimas de acidentes de trânsito resultantes de...
O
Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador Sebastião Melo, eu interrompi o discurso de V. Exa. antes
e queria lhe dizer que o que está na Pauta é o que trata da taxa de
administração, não é da contribuição dos trabalhadores do Quadro.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sim, são dois Projetos.
Bom, mas eu quero aqui dizer, Presidenta,
o seguinte: há um Projeto aqui, cuja autoria está sendo atribuída a mim, mas
que não é da minha autoria. Esse Projeto, se não me engano, é do Ver. Haroldo
de Souza; eu peço que seja corrigido pela nossa Assessoria Legislativa. Acho
que esse Projeto que trata da questão dos alagamentos na cidade de Porto Alegre
é do Ver. Haroldo de Souza, dizendo que o alagamento que der causa a acidentes,
enfim, a residências, seja indenizado. Eu acho que é um Projeto interessante,
Ver. Wilton Araújo. Interessante porque isso vai fazer com que a Prefeitura de
Porto Alegre dê um tratamento mais adequado a essa questão dos alagamentos.
Nós estamos falando de uma Administração
que assumiu há 16 anos, com o Prefeito Olívio Dutra. Ele dizia que, nos quatro
anos de mandato, transformaria a Cidade do ponto de vista dos alagamentos,
fazendo investimentos pesados nessas zonas de estrangulamento, principalmente
no 4.º Distrito, na Av. Teixeira Mendes, aqui na Av. Beira Rio, entre outros.
Ora, eu não sou daqueles que acham que a
Prefeitura não faz nada. Não, eu acho que a Prefeitura tem feito algumas obras
que evidentemente merecem o aplauso da população. Mas a Prefeitura fez uma
opção, ao longo desses 16 anos, pelo asfalto da Cidade, e o entorno do asfalto
da Cidade continua deficitário nesses 16 anos, Ver. Beto Moesch. Na Vila dos
Sargentos, que nós conhecemos há 20 anos, o asfalto chegou lá em cima, mas, no
entorno do asfalto, o alagamento, o esgoto, a falta de escola e de postos de
saúde aumentaram nesses 16 anos.
Então, o Vereador propõe este Projeto,
traz este debate, fazendo com que a Prefeitura, ao não cuidar daquilo que tem
obrigação de cuidar, que é dos alagamentos, indenize o cidadão vitimado por
esses alagamentos. Eu penso que este é um debate extremamente profícuo para a
Casa.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) O debate é de fundamental importância, V. Exa. está, mais uma vez,
pautando um assunto em cima de um Projeto de Lei.
Só para agregar, além de vermos o asfalto
nos locais mais carentes - não há esgoto e, muito menos, o tratamento deste -,
muitas dessas áreas são áreas de risco, áreas de preservação permanente que
acabam sendo, entre aspas, regularizadas indevidamente, comprometendo ainda
mais, principalmente a longo prazo, aquelas famílias.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Beto Moesch, é isso mesmo, o Governo
da Frente Popular está pensando sempre na próxima eleição. O futuro da Cidade,
às vezes, nem sempre é pensado, e o asfalto tem sido a prioridade da
Administração. Quero dizer que asfalto é importante na vida da Cidade, mas o
asfalto por si só não alavanca a cidadania em uma cidade.
Eu acho que a questão dos alagamentos é
uma questão de infra-estrutura desta Cidade. Devem não apenas ser colocadas
obras agora, mas um planejamento a longo tempo. A tecnologia hoje existente
coloca à disposição dos gestores públicos um avanço tecnológico fantástico para
investir na direção efetivamente de extirpar esses alagamentos.
Sra. Presidenta, peço escusas por
exceder-me no tempo. Voltaremos ao tema no momento oportuno. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Mesa informa ao
Plenário que o que estamos discutindo com relação ao PREVIMPA é o Projeto que
trata da taxa da administração e não da taxa de alíquota.
Ver. Sebastião Melo, realmente não houve
engano da Diretoria Legislativa. O Projeto que está em Pauta é de sua autoria,
sim, que dispõe sobre a obrigatoriedade de o Município de Porto Alegre indenizar
as vítimas de acidentes resultantes de alagamentos nas vias públicas. Nós fomos
conferir, e ele realmente é de sua autoria.
(O Ver. João Antonio Dib reassume a
presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Anunciamos a presença
dos Vereadores: Elvio Spies, Vereador do PTB de Augusto Pestana; Fábio Pellenz,
Vereador do PTB de Augusto Pestana; Delmar Specht, Vereador do PP de Coqueiros
do Sul; Pedro Pedrotti, Vereador do PT de Engenho Velho; Valdecir Estevan,
Vereador do PMDB de Engenho Velho; Clademir Trombetta, Vereador do PP e
Presidente da Câmara de Engenho Velho; Anselmo dos Santos Fávero, Vereador do
PDT de Coqueiros do Sul.
Apregoamos a Emenda nº 02
ao PLL nº 019/01, de autoria do Ver. Cassiá Carpes. (Lê.) “Altera a redação da
ementa e do art. 1º, que passa a ter a seguinte redação: Art. 1º - Fica o
Executivo Municipal autorizado a colocar equipamentos no Município de Porto
Alegre, com o objetivo de identificar os bairros”.
O Ver. Sebastião Melo está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A Comissão recebeu o Secretário da
Fazenda e debateu com ele o Projeto do ISQN por duas horas. Quando o
Secretário, toda a sua assessoria e todas as representações políticas que
tinham sido convidadas saíram, o Presidente da Comissão disse: “Agora está
aberta a Audiência Pública para discutir o Orçamento da Cidade”. Havia três
assessores e três Vereadores para discutir o Orçamento. Eu quero aqui render
homenagem ao Ver. Raul Carrion, que é da base governista: nunca vi o Ver. Raul
Carrion, mesmo sustentando seu Governo, negar o debate nesta Casa, mesmo que o
tema não agrade ao Governo. Mas o gesto do Presidente da Comissão desta Casa -
figura que eu respeito e pela qual tenho admiração - eu diria que é um
rebaixamento do Legislativo, porque o Orçamento da Cidade é o momento mais
fértil da vida desta Casa e quando esta Casa tem de oportunizar à população
qual é a vontade do Governo.
Vereador-Presidente, V. Exa. sabe quando
termina o prazo para emendas populares? Dia 20. Portanto, as entidades que
poderiam, aqui, Ver. Wilton, ser convidadas para debater, poderiam, sim,
colocar as emendas populares. Então, eu quero denunciar, de forma garrafal,
esse ato de sonegação de debate. Este Orçamento é maquiado, mentiroso, não
corresponde à verdade e foi feito para ter uma tradução eleitoral ano que vem.
E por isso não querem o debate. Então, nós achamos, Sr. Presidente e colegas
Vereadores, que isso é um fato muito grave, por ser do Governo, o Presidente de
uma Comissão não pode sonegar o debate. Por isso, eu quero mais uma vez dizer:
todos os assuntos que levo ao Ver. Raul Carrion, por mais que não agrade ao
Governo, o Ver. Carrion dá um jeito, de manhã, de tarde, de fazer as audiências
e debater. Eu acho que isso tem de se aplaudir, mas não é o que acontece lá na
CEFOR; lá estão com “a reunião secreta”, publicada sábado, no Diário Oficial. E
eu disse: “Mas me mostra os faxes das entidades que convidaram, me diga quais
as entidades que convidaram”. Não convidaram ninguém! Os Vereadores nem sequer
receberam e-mail de que haveria
Audiência Pública. Teriam de mandar pesquisar no Diário Oficial. Este é o
Governo da Frente Popular. Este é o Governo da Frente Popular!
De outra banda, Presidente, eu gostaria
que a Bancada governista aqui respondesse. O PT, na Assembléia Legislativa,
ontem, votou contra a contratação de 1.500 brigadianos aposentados. Presidente,
a Bancada do PT vem a esta tribuna cobrando, com muita propriedade, mais segurança
para Porto Alegre, mais segurança para o Rio Grande do Sul. E aí, quando o
Governo, num esforço monumental - porque eu sempre digo, o Governador Rigotto
não poderia ser nem Advogado nem Odontólogo, ele tinha de ser Arqueólogo,
porque ele pegou este Estado em ruína -, tira centavo por centavo para
contratar funcionários para a Segurança Pública, a fim de aparelhar melhor o
Estado, a Bancada de oposição lá na Assembléia - e aqui nesta Casa do Governo
Municipal -, que cobra por segurança, é a mesma Bancada que vai e vota contra o
Projeto. Eu até posso entender. Posso entender, porque o PT é assim mesmo.
Quando ele está no Governo, prega uma coisa; quando ele está na oposição, faz
outra coisa.
Então, Presidente, eu quero deixar aqui
registrada estas duas questões: primeiro, a triste tarde de ontem quando três
assessores e três Vereadores debateram na Audiência Pública, a grande Audiência
Publica - eu já vi aqui este plenário lotado, quando o Ver. Antonio Hohlfeldt
presidia, ou o próprio Ver. Carlos Alberto Garcia e eu que presidia a Comissão,
essas galerias lotadas para debater o Orçamento -, mas o fizeram de forma
secreta, para fazer o servilismo do poder. Essa é a palavra, o servilismo do
oficialismo. E de outra banda, os que cobram segurança, quando têm oportunidade
de votar a contratação de mais brigadianos, vão lá e votam contra. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Sebastião
Melo, a Mesa informa que desde a primeira Sessão deste mês tem, reiteradas
vezes, comunicado que as lideranças populares podem fazer emendas com trezentas
assinaturas de eleitores ou com três entidades representativas da coletividade.
Eu tenho falado em todas as Sessões, desde o início do mês, e, às vezes, duas ou
três vezes no mesmo dia. Informo mais a V. Exa.: o convite, ainda que esta Casa
não disponha de verba de publicidade capaz de fazer com mais proficiência, foi
publicado no sábado, sim, porque nós atendemos às solicitações que nos vêm, no
jornal Correio do Povo, no jornal Zero Hora e também no jornal O Sul, não foi
só no Diário Oficial.
Apregôo Emenda nº 03, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, ao
PLCL nº 015/00. A Emenda modifica a redação da alínea “a” do inciso V do art.
2º do Projeto que institui Procedimento Simplificado para regularização de
edificações e dá outras providências.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Antonio Dib, Presidente
desta Casa, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos prestigiam com sua
presença nesta tarde, em primeiro lugar, queríamos, em nome da Bancada do
Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, trazer a nossa saudação, as nossas
congratulações pela passagem do Dia do Professor, um dia tão importante para
toda a sociedade.
Como professor de História, como filho de
pai e mãe professores, com quatro irmãos professores, certamente temos
consciência da dimensão dessa tarefa, dessa função na sociedade, que os
professores tão malpagos têm de enfrentar. Talvez, inclusive, os baixos
salários dos professores se devem, em grande parte, ao fato de que essa
profissão, durante longo tempo, foi essencialmente uma profissão feminina. E a
mulher, discriminada no seu salário, discriminada nos postos de trabalho,
sempre teve o seu trabalho como sendo complementar e, talvez, o seu salário
como um salário complementar. Mas, certamente, algum dia - e estamos nesta luta
para isso -, o trabalho do professor será remunerado à altura, e essa função
será reconhecida no seu valor. Parabéns aos mais de 200 mil professores de
todos os níveis, Ensino Fundamental, Médio, de 3º Grau e mesmo de
pós-graduação, que cumprem com tanta dedicação o seu trabalho.
O segundo tema do qual
queremos tratar hoje é que, mais uma vez, a imprensa noticia dados e informa a
queda nas vendas do comércio, Ver. Cláudio Sebenelo, e exatamente, Ver. Wilton
Araújo, nos 12 meses em que foi liberado totalmente o comércio aos domingos. E
a família comerciária vive uma verdadeira situação de semi-escravidão, pois, além
de trabalhar durante os dias da semana, precisa trabalhar até no domingo - dia
dedicado a estar com a família, dia dedicado ao lazer, dia dedicado a poder ir
ao cinema, ao teatro, em suma, descansar. Mas não; nós vivemos na sociedade do
consumismo, onde até aos domingos os trabalhadores do comércio se obrigam a
trabalhar.
Mas diziam eles: “Isso aumentará as
vendas.”, “Isso aumentará os empregos.” E o que vemos? Passados 12 meses,
diminuem as vendas. Por quê? Porque não é o número de dias em que abre o comércio,
Ver. Wilton Araújo, que faz as vendas aumentarem ou diminuírem, mas é o
dinheiro no bolso do povo, e estamos vivendo uma situação de transição, uma
situação de dificuldades imensas. Então, está comprovado que não aumentaram os
empregos, que não aumentaram as vendas e que, portanto, não se justifica a
continuidade da abertura do comércio aos domingos.
Felizmente, a nossa Deputada do PCdoB
Jussara Cony, numa hora de inspiração, encaminhou a PEC 125, aprovada há poucos
dias, e novamente esta Casa dará a sua opinião sobre o tema. Temos diversos
Projetos na Casa, um é o do Ver. Juarez Pinheiro, que continua tramitando, eu
pedi o desarquivamento de um Projeto que já estava nas Comissões, e o Ver.
Nereu D’Avila entrou com um novo Projeto. Além disso, existem Substitutivos, e
esta Casa poderá dar uma nova norma jurídica, permitindo o comércio aos
domingos somente naquelas situações excepcionais, como era nos últimos 10 anos.
Eu queria dizer, para finalizar, que,
havendo diversos Projetos, nós temos trabalhado com a idéia de uma grande
discussão na Casa; uma discussão com os pequenos empresários, com os médios,
com os grandes empresários, com os trabalhadores, para tentarmos construir um
Projeto comum que não seja do Ver. Raul Carrion, do Ver. Nereu D’Avila, do Ver.
Juarez Pinheiro, mas que se consiga chegar, Ver. Cláudio Sebenelo, a um
entendimento na Casa e nos diversos segmentos. Achamos que a aprovação da PEC,
na Assembléia, abre espaço para essa negociação em alto nível, pois
pessoalmente estou disposto a abrir mão dos Projetos que tenho na Casa, do
Substitutivo, para encontrar uma solução para a Cidade. Obrigado, meu
Presidente, pela paciência, devido aos segundos que ultrapassei.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, na
condição de Presidente da Comissão Especial que avalia o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano da cidade de Porto Alegre, quero dizer que estaremos já
na segunda reunião de trabalho no dia de amanhã. Haverá uma reunião a partir da
9 horas da manhã para tratar de questões que envolvem a metodologia do
trabalho, e, a partir das 10 horas da manhã, teremos uma exposição por parte
dos técnicos do Executivo, Sr. Presidente, em relação às chamadas Áreas
Especiais de Interesse Cultural. Mas, independente dessa atividade da Comissão
Especial, regulada pela Resolução nº 1.724 de 2003, nós temos a nova redação do
art. 239 do Regimento, que diz o seguinte: “Será constituída uma Comissão
Especial, integrada por 17 Vereadores, respeitada a proporcionalidade dos Partidos,
com o objetivo de avaliar e discutir com entidades da sociedade civil
organizada os três primeiros anos de implantação do Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental, Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de
1999, e alterações, bem como propor correções, ajustes e complementações,
acompanhando a 1.ª Conferência Municipal do Plano Diretor, coordenada pelo
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental, e opinar” - e aqui é
onde nós queremos chegar, Sr. Presidente - “relativamente aos Projetos que
propõem alterações no PDDUA em tramitação na Câmara Municipal de Porto Alegre”.
Em face desta nova redação do artigo 239
do Regimento desta Casa, todos os Projetos que envolvam matéria de Plano
Diretor que estejam tramitando, que estejam na Ordem do Dia, ou que estejam nas
Comissões, eu entendo, salvo melhor juízo, que todos devam ser imediatamente
canalizados para a Comissão Especial de Avaliação do Plano Diretor, para que
seja emitida opinião, conseqüentemente, parecer, razão pela qual eu formalizo,
oficialmente, este pedido, na condição de Presidente desta Comissão, consoante
fundamento legal a Resolução que regula a matéria, de nº 1.724 de 2003.
Coloco-me também à disposição para formalizar este pedido por meio de
Requerimento escrito, independentemente dos procedimentos que V. Exa. já pode
tomar, de retirada da Ordem do Dia dos Projetos que envolvam o Plano Diretor e
de um levantamento por parte da Diretoria Legislativa deste conjunto de
Projetos que já está em tramitação.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Isaac Ainhorn, a
Mesa acolhe o Requerimento de V. Exa., porque está amparado no Regimento, e a
Comissão foi votada pela Casa por unanimidade. Vai determinar à Diretoria
Legislativa que sejam retirados os Processos, mas eu preciso que o Requerimento
seja formulado por escrito, para que conste nos autos do Processo da própria
Comissão.
O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Vereador-Presidente, João Antonio
Dib, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, público aqui que faz parte da nossa
discussão de hoje no plenário, eu uso esta Comunicação de Líder para esclarecer
ao nobre Ver. Sebastião Melo... E seria importante que ele estivesse no
plenário, porque o Vereador tem o costume de vir aqui neste microfone e
direcionar a sua “metralhadora” sem saber exatamente o que se passa em algumas
Comissões na Câmara Municipal de Porto Alegre. Esse mesmo Vereador, Ver.
Sebastião Melo, que foi Presidente da Comissão da CEFOR, dá uma demonstração de
total desconhecimento do Regimento e das Audiências Públicas que têm de se
fazer, quando chega aqui a Lei do Orçamento. E este Vereador, Presidente da
CEFOR, juntamente com os demais Vereadores sentiram-se ofendidos com a sua
manifestação ontem, demonstrando não só total desconhecimento, como não deu a
devida importância que deveria dar quando saiu o edital nos três jornais de
Porto Alegre, inclusive emitido pelo nosso Presidente, conforme foi explicitado
aqui, posteriormente à sua fala.
Cabe salientar que a CEFOR está cumprindo
exatamente o que determina a Lei e está, além disso, possibilitando, para
sexta-feira, às 9h30min, uma extensão da discussão do Orçamento do Município de
Porto Alegre, com a participação do Sr. André Passos, Secretário do GAPLAN, e
do Sr. Ricardo Collar, Secretário da Fazenda, para que, nessa oportunidade, se
coloquem à disposição dos Vereadores para quaisquer esclarecimentos ou dúvidas
sobre a Lei Orçamentária.
Nós, como Governo, entendemos que a Lei
Orçamentária não é de ontem, não foi feita ontem, vem sendo discutida há longo
tempo, no Orçamento Participativo, nos diversos movimentos, para que, então, se
formatasse a Lei e chegasse aqui na Casa, ficando uma semana em discussão, ou
seja, começou no dia 08, termina amanhã, e assim mesmo, chega à CEFOR no dia
20, dia 21, nós estamos possibilitando que as emendas populares ou de
Vereadores possam ser apresentadas até o dia 31 de outubro.
Portanto, quem está se eximindo do
debate, quem está provocando uma discussão desqualificada é o Ver. Sebastião
Melo, que dá demonstração de não conhecer o Regimento e não propiciar o debate
aos próprios colegas ou às entidades que ele queira convidar. É nesse sentido
que a Bancada do Partido dos Trabalhadores desqualifica esse debate, não aceita
essas intervenções desqualificadas e quer dizer à população de Porto Alegre,
aos Vereadores e às entidades que queiram discutir e apresentar emendas que
existem prazos regimentais e nós vamos acatá-los sem dúvida nenhuma. A CEFOR
cumpre o Regimento e pede respeito aos nobres Vereadores que fazem parte da
Comissão. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Isaac Ainhorn
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, trago à discussão dois Projetos de Lei que tramitam nesta Casa, e
correrão Pauta, sim. Mas o meu objetivo, ao comparecer, em nome do PDT, neste
momento à tribuna desta Casa, é buscar, já, a partir desses momentos, abrir o
debate sobre as intenções do Governo Municipal de novamente sobrecarregar e
onerar o já exaurido e esgotado contribuinte municipal. Não bastou a derrota do
final de ano, Ver. João Antonio Dib, que esta Casa impôs à Bancada do Governo,
que, para não ver derrotada a Contribuição de Iluminação Pública, retirou o
Projeto da Ordem do Dia, em relação à Taxa de Iluminação Pública; retirou ao
apagar das luzes do ano 2002.
Da mesma forma, há algumas semanas, a
oposição requereu a votação do Projeto que institui a Contribuição de
Iluminação Pública, mais uma vez a Bancada do Partido dos Trabalhadores teima -
eu diria quase que de forma cruel; se não cruel, perversa - em onerar o
contribuinte da cidade de Porto Alegre.
E novamente, após duas derrotas em
relação à Contribuição de Iluminação Pública, o Sr. Prefeito Municipal
comparece no dia da entrega do Orçamento e entrega, no dia 30 de setembro,
novamente, na mesma forma das propostas anteriores, o Projeto de Lei que
institui, no Município de Porto Alegre, a Contribuição para Custeio da
Iluminação Pública.
Só vou fazer um apelo ao Líder da Bancada
do PT nesta Casa: submeta-se à decisão soberana do Plenário desta Casa sobre
essa matéria! Não vai fugar novamente, ora retirando quórum, como na última
Sessão Plenária da Convocação Extraordinária do ano passado, às vésperas das
comemorações natalinas. Era um presente que o PT queria dar à população de
Porto Alegre, no meio daquela confusão da vitória do Sr. Luiz Inácio Lula da
Silva; eles queriam dar de presente mais uma taxa, a Taxa de Iluminação
Pública. E como eles vão cobrar essa taxa? Eles vão cobrar essa taxa junto com
a conta de luz. Ah, se viesse a melhorar a segurança, nós estaríamos até
dispostos ao sacrifício de pagar mais essa taxa. Mas vai-se pagar a taxa e não
vai melhorar absolutamente nada.
Eu acho que em fim de mandato de um
Governo desgastado, de um Governo que já cansou, de um Governo que está só com
o feijão-com-arroz, sequer merece essa possibilidade, porque não vai melhorar.
Na Secretaria Municipal de Segurança Pública, por exemplo, criou-se um cabide
de emprego - a tal da Secretaria Municipal de Segurança -, fazendo com que
abrissem espaços para a nomeação de mais alguns Cargos em Comissão, mas não
trouxe nada de novo, de alentador à questão da segurança urbana na cidade de
Porto Alegre.
Os prédios públicos municipais estão
abandonados. Veja-se o abandono do Mercado Público Municipal! Ouça-se o
Presidente da Associação de Permissionários! Eu quero o PT, aqui, respondendo a
respeito do abandono do Mercado Público, do abandono do Centro da Cidade, que
está entregue à sanha dos assaltantes, a única coisa que a Administração faz é
punir e sair atrás de ambulantes e camelôs, sem um resultado concreto. Eu
gostaria que disciplinassem, mas não disciplinam, não resolvem nada e só ficam
nesses atos de violência.
Sem mais tempo, eu não pude chegar ao
outro Projeto. Terei oportunidade de falar, em vários momentos processuais,
sobre a alteração do ISSQN, que é um minipacotaço tributário, e quem vai pagar
a conta no final são aqueles que contratam serviços na cidade de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores; senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e aqueles que nos
assistem, pelo Canal 16, em suas casas, volto ao assunto que considero da maior
gravidade e importância para a Nação, para o povo brasileiro e para a memória
do povo brasileiro. Sem dúvida nenhuma, outros fatos se somaram depois que o
PPS esteve nesta tribuna falando sobre a criação de uma Comissão de Ministros
no Governo Federal para cuidar, encaminhar e achar os desaparecidos da
Guerrilha do Araguaia. Comissão essa criada para, segundo os familiares dos
mortos na Guerrilha do Araguaia, despistar, tirar de rumo a Comissão já
existente. No Governo, dito neoliberal, do ex-Presidente Fernando Henrique,
criou-se uma Comissão, na qual a comunidade, os familiares estavam presentes.
No Governo popular, do Presidente Lula, que é de esquerda, cria-se uma Comissão
de Ministros, e não se dá acesso às informações.
Diz hoje a imprensa nacional: (Lê.) “O
decreto de Lula, segundo a nota, ‘foi criado com o objetivo de proteger aqueles
que prenderam, assassinaram e desapareceram com os opositores políticos ao
regime (da ditadura)’.” Este é o Governo!
Mais do que isso, soma-se agora um outro
fato. Não bastasse não abrir a caixa-preta da Guerrilha do Araguaia - 75 famílias
estão esperando para ver onde estão os seus desaparecidos, os corpos dos seus
entes queridos desaparecidos - o nosso Governo, o Governo do Lula, pratica mais
um ato. Diz um artigo publicado, hoje, no jornal do Brasil: “Acesso a
documentos voltou aos tempos do regime militar.” Sobre o Decreto nº 4.553, no
mesmo jornal: “... os conselheiros e a área acadêmica esperavam que o
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva revogasse o Decreto antes do prazo de 45
dias para a entrada em vigor. Nada aconteceu”. Pois este Decreto, o de nº
4.553, inviabiliza, praticamente, o acesso aos documentos considerados secretos
e ultra-secretos durante o regime militar, faz com que esses documentos
desapareçam da memória do País, evidenciando com isso mais um ato concreto a
favor daqueles que querem apagar da memória do nosso povo o que foi o regime
militar, o que foi a opressão, o que foi o desaparecimento, a tortura durante
aqueles anos.
Nós da oposição, nós que estivemos na
ditadura e lutamos contra ela temos que levantar, sim, as nossas vozes aqui e
agora, Ver. Raul Carrion, e sermos coerentes, chamarmos a atenção do Governo,
porque ele está caindo numa armadilha que vai de encontro aos anseios da
democracia no País. Daqui a pouco, num segundo momento histórico, nós não vamos
mais saber nem poder explicar aos nossos filhos e aos nossos netos como é que
um Governo popular e de esquerda fez isso.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Seu tempo está
esgotado, conclua, Vereador.
O
SR. WILTON ARAÚJO: Para concluir, Sr. Presidente, agradecendo
a benevolência da Mesa, quero dizer que o PPS não se cala. Vai trazer este tema
quantas vezes forem necessárias à discussão nesta Casa. Oxalá as Bancadas que
se dizem populares, de esquerda, nesta Casa comecem a entrar também nessa
discussão, porque a Câmara da cidade de Porto Alegre sempre foi pioneira nas
discussões, e não vai ser por que estamos no Governo Federal que vamos ficar
calados. Levanto o tema e o levanto com sinceridade e coerência. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é
evidente que todos os Partidos se aliam ao importante discurso feito pelo Ver.
Wilton Araújo nesta Casa a respeito de esclarecimentos relativos aos
acontecimentos históricos neste País que resgatariam a dignidade e a memória de
pessoas que aqui conosco conviveram, que por aqui passaram, Ver. Wilton Araújo,
e que não podem terminar dessa forma; deve haver um fim que não houve até hoje.
Gostaria de, neste espaço que é dado às
Lideranças, rever uma situação que todo o Brasil está presenciando numa das
mais ricas e persuasivas campanhas de alistamento partidário, Ver. Pedro
Américo Leal, a respeito de uma das campanhas mais inteligentes e bem feitas de
coerção ao alistamento no Partido dos Trabalhadores, que tem como meta atingir
500 mil filiados no País. Parece-me que a questão partidária não pode ser
vendida como uma mercadoria, não pode ser divulgada e estimulada exatamente por
meio da hipersensibilidade que existe no inconsciente das pessoas, naquilo em
que a propaganda é mais eficiente, ou seja, a idéia de atingir o inconsciente
das pessoas por estímulo subliminar, fazendo o que se chama de lavagem
cerebral. Isso é usado, inclusive, pelas companhias de cigarro para induzir os
jovens a fumar. É essa propaganda subliminar que é feita para aliciar pessoas
para um Partido, e não a explícita, a aberta, a ideológica, aquela que
esclarece, que permite, no grande debate e no pensamento, o convencimento das
pessoas. Não, ninguém fala em política! O jogo é de cores, de pessoas
belíssimas, bonitas, bem arrumadas; os cenários são extraordinários, o
convencimento e a persuasão são perfeitos.
Pois é isso que eu gostaria de denunciar
para o País. Há uma profunda necessidade da hegemonia esmagadora de uma idéia
sobre as outras. Isso cheira à ditadura, isso cheira a autoritarismo, isso é um
stalinismo modernizado. Isso é uma fórmula de aliciamento, de coerção, independente
da vontade das pessoas, independente do esclarecimento dos fatos, das verdades
inseridas neste início de milênio, onde nós não temos mais condições de segurar
essa pequena safadeza científica de buscar a adesão das pessoas a uma idéia, a
um Partido, por meio desse estímulo da propaganda, que é muito bem feita, que é
muito inteligente, mas que é absolutamente desonesta, e ninguém está
discutindo. Por exemplo, o Ver. Raul Carrion veio aqui e disse que o comércio
parou e que tinha de haver mais empregos. Mas ele só não disse que o comércio
parou porque o País parou, porque há uma estagnação insuportável vista em todos
os segmentos sociais, seja na área da saúde, da educação, no comércio, nas
indústrias brasileiras, onde temos um retrocesso, onde temos uma regressão
econômica, social e política imensa em troca de algumas frases de efeito. Cito,
por exemplo, a frase do Sr. José Dirceu: “Não precisa vir ninguém aqui porque
aqui não há corrupção”. A ONU quer entrar aqui para dizer que, depois das
promessas políticas, aumentou a corrupção. Isso está dito não por nós, mas pela
Organização da Nações Unidas. É por isso que, mais uma vez, mais um outro medo
nos cerca: é o medo do estímulo subliminar.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, assomo à
tribuna ainda sob o impacto e a indignação do Ver. Cláudio Sebenelo sobre essa
maquiagem que se faz diariamente, por meio da propaganda oficial, acerca de uma
realidade brasileira que não se registra. Aliás, Sr. Presidente, eu saúdo o
Ver. Cláudio Sebenelo que ainda tem a capacidade de se indignar. Eu vejo
pasmado que as coisas vão acontecendo neste País, Ver. Pedro Américo Leal, V.
Exa., que sempre foi um vigilante. Têm acontecido coisas neste País que passam,
parece, despercebidas.
Vendeu-se, para este País, que nós
estaríamos sendo exagerados ao criticar essas panacéias das Reformas propostas
pelo Presidente Lula, e que já começam a mostrar os seus primeiros sintomas e
as suas primeiras realidades. A Reforma da Previdência deu no que deu. Os
servidores municipais vão, agora, Ver. Pedro Américo Leal, ter de conviver com
uma nova realidade: em vez dos 4,75% com que contribuem para a Previdência, vão
começar a contribuir, no mínimo, com 11%. É uma das conseqüências dessa
Reforma, misturada com o discurso anterior que liquidou com o Montepio, o
discurso que criou o PREVIMPA, o discurso que falava em plenitude do pagamento
da pensão das viúvas dos municipários e que, agora, se desmancha por inteiro.
No momento, Ver. Cláudio Sebenelo, eu
quero convidá-lo para formar essa luta: nós precisamos estar atentos, porque,
no Senado Federal, estão-se discutindo coisas que certamente terão repercussão
nefandas na vida, no cotidiano de todos os brasileiros, se não houver, Ver.
Haroldo de Souza, um ataque de bom-senso. Eu até convocaria V. Exa., Ver.
Haroldo de Souza, hoje no Partido do Movimento Democrático Brasileiro, para ver
se a gente consegue mostrar para o PMDB, por exemplo, que não adianta ficar
fazendo lá, nacionalmente, essas monstruosidades que vêm fazendo, porque ele
está sendo conversado visivelmente; esses Ministérios que o Lula prometeu para
ele já jogaram para o ano que vem; estão sendo servis sem nenhuma conseqüência.
É preciso que se estanque
essa famosa Reforma Tributária, que já está agora sendo facetada, porque os
riscos de que ela provoque não só a derrama fiscal, mas um incremento do custo
de vida neste País, não passam despercebidos nem sequer pelas revistas de
circulação nacional - todas elas alinhadinhas no aplauso ao grande Presidente
Lula. Se essa Reforma que está lá no Senado passar do jeito que está proposto,
do jeito que está escrito aqui na revista Veja (Mostra a revista.) vão
acontecer "pouquinhas" coisas: só, por exemplo, o feijão vai ficar 7%
mais caro, a carne bovina vai ficar 7% mais cara, o arroz vai ficar 10% mais
caro, o leite vai ficar 12% mais caro, e a batata vai ficar 16% mais cara.
Essa é a Reforma que foi
anunciada - Ver. João Bosco Vaz, grande liderança popular - para desonerar a
produção e a exportação. Vai aumentar a carga tributária de tal ordem que
repercussões como essas no custo de vida já são previsíveis. Então não é para
dizer: “Vamos fazer uma Reforma para tomar dinheiro dos banqueiros, dos fortes,
dos ricos... “ Desses não se toma dinheiro nunca. Eles repassam para nós esses
problemas.
A incidência de maior
tributo na produção agropecuária vai-se transferir, Ver. Nereu D'Avila, para o
bolso do consumidor. O nosso povo da Tinga, da Santa Rosa, da Nova Gleba, Ver.
Zé Valdir, é que vai pagar mais imposto, reduzindo, mais ainda, a possibilidade
de comer e se alimentar dignamente. Até porque, o que é mais grave de tudo isso
- é pena que o Ver. Raul Carrion não esteja, Presidente - é que pela primeira
vez neste País, neste País mergulhado nesta recessão econômica, registra-se
redução da venda de alimentos na rede de supermercados de todo o País. Quer
dizer, o Brasil que queria prioritariamente combater a fome está vendo até a
classe média, que conseguia comer, parar de comer; e vai comer menos ainda. E
se continuar assim, se nós não reagirmos, Ver. Cláudio Sebenelo, se o Brasil
não reagir, além de comer menos, vai comer menos e pagar mais caro.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Solicito aos Srs. Vereadores que estão nos seus
gabinetes que, por favor, retornem porque entraremos na Ordem do Dia. Solicito
verificação de quórum para entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) Vinte e um Srs.
Vereadores já registraram suas presenças.
As Lideranças apresentaram à Mesa uma série de Projetos a serem
votados, no entanto o primeiro dos Projetos apresentados precisa de 22 votos e
até agora apenas 21 Vereadores registraram as suas presenças.
O
SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Eu proponho, Sr.
Presidente, até pela cautela devida, já que temos 22 Vereadores presentes, que
se vote primeiro o Projeto constante da lista como número dois, o qual não
depende de maioria qualificada, e, em segundo plano, o Projeto da Ver.ª
Margarete Moraes, dando tempo para a chegada de mais Vereadores.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Já temos 23 Vereadores
presentes no Plenário. Havendo quórum, passamos à
A Ver.ª Margarete Moraes está em
representação externa, mas, se o Plenário concorda, nós faremos a alteração.
O
SR. NEREU D'AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, eu até
havia combinado, porque, evidentemente, não há nenhum problema em que se vote
primeiro o Projeto da Ver.ª Margarete Moraes, mas, para assegurar os 22 votos,
não há nenhum problema também em se votar o segundo, até em respeito às pessoas
que, desde as 14 horas, estão esperando, aqui, pela votação, que são os
artesãos da Av. José Bonifácio. Então, em seguida - e isso também não vai
demorar - votaremos o da Ver.ª Margarete Moraes, até para termos certeza de que
teremos a votação assegurada do Projeto da Vereadora.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Esse é o
posicionamento do Plenário?
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, há um apelo do Plenário,
parece que há consenso de que todos querem votar a favor do Projeto da Ver.ª
Margarete Moraes. Agora já há 23 Vereadores presentes; eu acho que já dá para
enfrentar a votação. Dá para enfrentar a votação com tranqüilidade.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Entendo que
seguiremos a ordem aqui proposta.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3788/03 – PROJETO
DE RESOLUÇÃO N.º 067/03, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes,
que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Advogado
Renato Malcon.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 15-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR nº
067/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO
por 22 votos SIM, pela unanimidade
dos presentes
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2495/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 115/03, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a oficialização da Feira de Artesanato do
Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em
30-06-03;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
115/03. (Pausa.) O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir.
O
SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente, João Dib; ilustre
Secretária, Ver.ª Maria Celeste; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e senhores
que, pacientemente, desde as 14 horas, estão aguardando pela votação deste
Projeto, que são os artesãos, os quais pacificamente, pacientemente e
ordenadamente têm ocupado parte da Av. José Bonifácio, há mais de um ano, aos
sábados, após a Feira Ecológica, que começa pela manhã e vai até as 14 horas.
São cerca de 60 a 70 artesãos, todos eles têm a carteira da Fundação Gaúcha do
Trabalho. Então, diante desse espaço que domingo já está consagrado pela
população até em caráter turístico, aos sábados há, pela manhã, também a Feira
Ecológica - já inclusive fixada por Lei, por iniciativa do Ver. Aldacir
Oliboni, e por nós aprovada também por unanimidade já há algum tempo nesta
Casa.
Esses artesãos vêm-se organizando e
inclusive já fundaram a associação, sendo que todos, sem exceção, trabalham
após as 14 horas. No inverno, como se sabe, anoitece por volta das 18 horas,
portanto eles têm um tempo de pouco mais de quatro horas, se tanto, e vinham e
vêm sempre obedecendo a critérios de ordem, convivência pacífica e inclusive de
integração com os moradores. Se há alguma reclamação - e eu falei com alguns
moradores dos arredores -, é em relação à feira da manhã, que se instala antes
das 7 horas, provocando, evidentemente, algum ruído. As restrições dos
moradores seriam com relação à parte da manhã, jamais com relação a esses da
parte da tarde. Então, não há nenhum óbice.
Houve, realmente, algum desentendimento -
já superado - com o Secretário Adeli Sell. O Secretário tem-se caracterizado
como o grande “xerife” da Cidade e tudo aquilo que não está legalizado, o
Secretário, às vezes, tira o chapéu e fica um pouco brabo, mas depois ele se
amansa e chega sempre a um entendimento. Seria muito desconfortável discriminar
exatamente aqueles que preencheram o espaço. Se esse espaço não fosse
preenchido por esses senhores e por essas senhoras - eu repito, todos com
carteira de artesão fornecida pela Fundação Gaúcha do Trabalho, pagando
anuidade na forma da lei -, que têm categoria profissional estabelecida, alguém
o ocuparia desordenadamente, porque a situação econômica está grave.
Há poucos minutos todos os oradores aqui
se referiam à situação crítica por que passa o País. Haja vista que, em todas
as cidades do Rio de Janeiro, os conflitos com os camelôs são cada vez maiores
e, agora, em Porto Alegre. Em Porto Alegre os conflitos com os camelôs estão-se
transformando numa guerra. Outro dia, dois Guardas Municipais foram pisoteados
no Mercado Público e levados ao Pronto Socorro, em função de um conflito entre
os fiscais da SMIC e camelôs. Não é o caso, nunca houve nenhum atrito, os
atritos que os jornais publicaram do Secretário Adeli Sell não eram referentes
a esses cidadãos e cidadãs que aqui estão, pacatos, pacíficos e trabalhadores e
que, repito pela terceira vez, há mais de uma ano, quase um ano e meio, ocupam,
na parte da tarde, a Av. José Bonifácio, depois que os outros desocupam; e os
outros foram legalizados. Então, não há nenhum óbice legal, residual, de
disciplina ou de ordem contundida ou infringida por esses senhores e senhoras
que ocupam a Av. José Bonifácio no sábado.
Concluindo, acho que as Emendas que o
Ver. Marcelo Danéris, em consonância com eles e conosco, portanto de uma
maneira civilizada, traduzem que este projeto será, como foi o do Ver. Aldacir
Oliboni, por reconhecimento da necessidade e de que é trabalho legal,
regimental, como diz o Ver. João Antonio Dib, e, absolutamente, em ordem, em
disciplina. Apenas e tão-somente, exercem aquilo que a natureza lhes deu: a
capacidade de serem artesãos, capacidade que nem todas as pessoas possuem, essa
propensão para arte, para a qualificação do trabalho. Portanto, eu apelo, peço
aos meus pares que traduzam no seu voto apenas aquilo que a Cidade vem
merecendo, que são pessoas que, ao trabalharem, cuidam também dos próprios
municipais, como é o caso da Av. José Bonifácio, sábado à tarde. Obrigado, Sr.
Presidente, pela sua generosidade. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir Oliboni
está com a palavra para discutir o PLL nº 115/03.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente Ver. João Antonio Dib, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, artesãos que aqui, hoje, estão abrilhantando esta
Sessão em função do Projeto que diz respeito às suas vidas. Até porque, a
maioria dos artesãos sobrevive da sua arte, do seu trabalho nesse belíssimo
local da Av. José Bonifácio.
O Projeto trazido pelo Ver. Nereu D’Avila
vem complementar um dos Projetos que este Vereador apresentou e que é mérito
dos próprios artesãos, quando constituíram a sua feira, lá, na Av. José
Bonifácio, há mais de 10 anos. Na época, em função dos hortigranjeiros que ali
se estabeleceram, também, pela manhã, saindo por volta das 13 horas, 14 horas,
esse espaço ficava vago à tarde. Agora, o Projeto do Ver. Nereu D’Avila acaba
contemplando os artesãos para poderem viabilizar, enfim, ocupar aquele espaço.
Nobre Ver. Nereu D’Avila, queria-lhe
parabenizar e dizer que projetos que vêm ao encontro do emprego e renda vão
possibilitar, de uma forma direta, não só a sobrevivência das famílias que
vivem da sua arte, como também vão demonstrar claramente que esses briques,
essas feiras, esses espaços são organizados, sim, pelo Poder Público, também,
em Porto Alegre. E foi possibilitado por meio dessas duas Emendas trazidas pelo
nobre Ver. Marcelo Danéris, que é o nosso Líder, viabilizando ao nosso
Secretário Adeli Sell, da SMIC, a oficialização.
Nesse sentido, estamos votando a favor e,
de uma certa forma, torcendo para que esses espaços sejam não só ocupados, como
também seja feito ali um regramento com as entidades estabelecidas, para
poderem, então, demonstrar claramente, não só a sua extensão na Av. José
Bonifácio, como também seus produtos diversificados. Uma vez que esses artesãos
estejam regulamentados, oficializados pela Casa do Artesão, podem-se
estabelecer, porque, de fato, são pequenos artesãos, não são grandes artesãos,
que trazem uma idéia de lucro, não é o caso dessas famílias que hoje estão
aqui, buscando a aprovação deste Projeto. Eu tenho certeza de que os mais de 10
mil artesãos de Porto Alegre e os mais de 20 mil artesãos do Estado vão ter
Porto Alegre como um exemplo de dedicação dos Vereadores, do Poder Público, em
disponibilizar mais espaços, para poder então, essas famílias viverem ou
sobreviverem com sua arte.
Eu quero lembrar que este Vereador tem
quatro Projetos nessa área também. Eu fui o autor do Projeto que regulamentou o
Brique da Redenção, na Av. José Bonifácio, aos sábados; o Projeto que criou o
Projeto da Usina do Gasômetro; o Projeto que criou o Brique do Saint-Hilaire
que será oficializado, agora, em 21 de novembro e o Projeto que está aqui em
tramitação, devendo ser votado ainda este ano, que possibilita a Feira de
Artesanatos nas vinte e cinco feiras-modelo de Porto Alegre. Eu tenho certeza
de que esse é um compromisso destes Vereadores, que têm uma ligação muito forte
com essas pessoas e que foram sensibilizados, sim, para buscar mais espaços
para esses profissionais. É nesse sentido, nobre Presidente, que me somo a este
Projeto, a esta idéia e aos artesãos.
Boa sorte e boa luta. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
A
SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, eu
gostaria de fazer um Requerimento, rapidamente. Nós nos relacionamos aqui entre
os nobres pares da Casa, e acho que eu cometi uma injustiça com o Ver. Pedro
Américo Leal. Solicito a retirada, do meu pronunciamento em Pauta Especial, das
expressões ofensivas à pessoa do Ver. Pedro Américo Leal. Muito obrigada.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É um gesto elegante de
V. Exa. e, por certo, será atendido.
O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para discutir o PLL nº 115/03.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadoras e Vereadores,
artistas aqui presentes, fiquem calmos, porque não vai haver discurso de cinco
minutos, mesmo porque, no meu entendimento, o discurso é dispensável quando o
fato tem um cunho social, como este Projeto que vai atingir a todos vocês.
Vamo-nos encontrar sábado, à tarde, lá na Av. José Bonifácio.
Quero deixar registrado, e rapidamente,
que estou muito feliz, nesta tarde, pela presença de vocês aqui, pelo seguinte:
não há nenhuma faixa, não há pressão, não escutei nenhum “pio” de revolta.
Vocês estão aqui há mais de duas horas e meia, três horas, disciplinados,
educados, comportando-se como gente. Isso é muito bonito! Meus cumprimentos, e
que vocês sejam muito felizes nesse espaço que estão recebendo para mostrar a
sua arte. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra para discutir o PLL nº 115/03.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Antonio Dib, Presidente
da Casa e dos trabalhos; demais Vereadores, Vereadoras, todos os presentes da
Feira de Artesanato da Av. José Bonifácio, sábado à tarde.
Já no primeiro momento, quando tivemos o
Projeto do Ver. Nereu D’Avila e fomos convidados a lá comparecer, conhecer in loco, conversar com vocês, afirmamos
que apoiaríamos este Projeto, como efetivamente o faremos no momento da
votação.
Eu queria, rapidamente, fazer algumas
considerações do porquê apoiamos, do porquê consideramos importante o aumento
de espaços para a exposição de artesanato, de arte, para a exposição da cultura
do nosso povo. Costumo dizer, porque não é a primeira feira de artesanato que
procuramos regulamentar e amparar, que, quando viajo a qualquer país, e o
fizemos algumas vezes, a primeira coisa que a gente procura para a compra de
uma lembrança, para a compra de algum produto não é o shopping center, porque o de Santiago, o de Buenos Aires ou o de
Montevidéu, no essencial, são a mesma coisa, há produtos padronizados, das
grandes corporações internacionais. Nós procuramos conhecer a alma do povo,
procuramos conhecer a maneira de ser, a maneira de viver, a maneira de sentir
de um povo. Então, vamos procurar conhecer o artesanato, porque até a arte, de
certa forma, é mais universal, mas o artesanato tem essa marca do povo, tem
essa raiz do povo, muitas vezes, é um artesanato da sua origem camponesa, da
sua origem mais remota; às vezes, é o artesanato da sua origem indígena, das
raízes étnicas do povo e, outras vezes, é a cultura urbana que pulsa, que se
renova, que se desenvolve. Então, nós acreditamos que o artesanato é a
expressão mais fidedigna da maneira de ser de qualquer povo. E também o
estrangeiro, também o turista, quando vem aqui, ele tem essa preocupação, tem
esse desejo, e nós, em Porto Alegre, não temos muitos locais fixos. Nós temos a
Feira do Artesanato da Rua dos Andradas ou a da Rua 7 de Setembro, que é uma
das que se mantém permanentemente; temos o Brique da Redenção, no domingo;
temos a feira, que já existia na parte mais próxima da João Pessoa, que também
ajudamos, aqui na Casa, a aprovar. Mas eu acho que vocês descobriram um outro
espaço, num período posterior à Feira Ecológica.
Eu acho que a Emenda colocada, Ver. Nereu
D’Avila, a partir das 14 horas é justa, porque quem conhece a realidade dali,
sabe como até as 13 horas, 13h30min, depois do desmonte da Feira Ecológica...
Então, parece-me que, com as Emendas colocadas, está aperfeiçoado. A iniciativa
do Ver. Nereu D’Avila é uma iniciativa importante, válida. Mas nós queríamos
dizer que o nosso apoio ao espaço de vocês não é só porque vocês estão aqui,
mas é pensando na cidade de Porto Alegre, é pensando no turismo em Porto Alegre
e na grande contribuição que vocês dão para a nossa Cidade ao fazerem esse
trabalho tão bonito, tão interessante, que é o artesanato. Então, vocês estão
de parabéns, porque colheram a vitória aqui, o Ver. Nereu D’Avila e a cidade de
Porto Alegre, porque com a extensão da feira ali, certamente muito avançaremos.
Inaugurou-se, agora, no domingo, uma feira também lá no Lindóia. Eu acho que
Porto Alegre está reconhecendo esse trabalho que gera tantos postos de trabalho
para uma população que enfrenta dificuldades. Parabéns a vocês e a Porto
Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris
está com a palavra para discutir o PLL nº 115/ 03.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib;
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara,
em especial público que desde cedo está aqui esperando a votação desse Projeto
de iniciativa do Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a oficialização da Feira
de Artesanato do Brique de Sábado da Av. José Bonifácio.
Desde o início desse tema, o Ver. Nereu
D’Avila nos procurou, inclusive nos apresentou os representantes da feira, para
que conjuntamente viabilizássemos esta proposta, para que a Bancada do Governo,
vou chamar assim, a Bancada da Frente Popular, pudesse votar conjuntamente,
assim construiríamos uma alternativa que não tivesse que passar por um voto
contrário, por um veto e assim por diante. Imediatamente este Vereador, junto
com a assessoria da Bancada e do Governo, procurou o Secretário Adeli Sell, da
SMIC, que é a Secretaria que regula isso, para ajustar o Projeto e viabilizar a
proposta.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Há um Vereador na
tribuna. Por favor, falem mais baixo no plenário.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: O Secretário Adeli Sell prontamente
analisou e trouxe duas sugestões de Emendas - como Líder, estou assinando a
Emenda -, regulando o espaço, para que os pedestres possam transitar entre as
bancas, e também o horário, exatamente para que possa ter uma ação do local
ali, ajeitar todo o local antes de assumir a feira da tarde, que, no caso, em
vez das 13 horas, passa para as 14 horas. O Ver. Nereu D’Avila também ponderou
às 19 horas, exatamente pelo horário de verão e por tudo que acontece agora
nessa época, porque, no Projeto original, estava 18 horas, exatamente por conta
do inverno.
Nós conseguimos,
juntamente com o Ver. Nereu D’Avila, viabilizar esta proposta, assim como
fizemos outra vez com a do Ver. Aldacir Oliboni, que também teve um Projeto
dessa natureza aprovado aqui na Câmara. E podemos agora votar, eu diria, salvo
se estou mal informado, por unanimidade a aprovação deste Projeto, viabilizando
a feira que, na verdade, já acontece e precisava ser oficializada por meio de
um Projeto. Nós não estamos criando aqui uma nova feira, e sim uma feira que já
acontece, é real na cidade de Porto Alegre, nós precisávamos oficializar,
legalizar este processo. O Ver. Nereu D'Avila teve a iniciativa e nós tivemos a
sensibilidade de construir conjuntamente tudo o que fosse necessário para
aprovarmos, e hoje estaremos aprovando o Projeto.
Estou mais aqui para pedir o apoio para a
votação das duas Emendas, conjuntamente com o Projeto que já tem o apoio do
Ver. Nereu D’Avila, inclusive dos participantes da feira, com os quais
conversamos junto com o Ver. Nereu D’Avila, para que a gente possa votar o
Projeto e as Emendas e oficializar, definitivamente, a feira do sábado, a Feira
de Artesanato.
Então, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores encaminha favoravelmente o Projeto e as suas Emendas e parabeniza
pela conquista, não agora do espaço, mas da legalidade, pois a do espaço já
tinham conquistado todos os representantes que hoje estão acompanhando a
votação deste Projeto.
E faço minhas, também, as palavras do
Ver. Haroldo de Souza, no sentido de que, desde o início, de forma tranqüila e
respeitosa, vocês esperaram. A gente sabe que às vezes, para quem não conhece a
Câmara, é cansativo e às vezes é chato esperar até chegar o momento da votação,
mas estiveram ali conversando com os Vereadores com toda a tranqüilidade,
esperando a votação do Projeto.
Parabéns Ver. Nereu D’Avila, parabéns
comunidade toda que está envolvida com a Feira de Artesanato. Obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro
está com a palavra para discutir o PLL nº 115/03.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Ver. João Dib, Presidente desta Casa;
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores e senhoras, a forma como este
Projeto foi encaminhado, por meio do seu propositor, o Ver. Nereu D’Avila, que
fez todo esse diálogo com os artesãos e as artesãs, merece aqui, de nossa
parte, uma referência. O Ver. Nereu D’Avila há muito vinha procurando votar
essa proposta de se criar a Feira de Artesanato do Brique, de sábado à tarde,
mas sabia que havia uma série de diálogos e acertos que deveriam ser feitos,
embora ansiasse para que os senhores e as senhoras pudessem, de forma imediata,
no sábado, fazer a Feira de Artesanato, num local tão tradicional da Cidade. O
Vereador percorreu todos os caminhos necessários para que a iniciativa não sofresse
nenhum percalço. E, realmente, isso era de bom alvitre ser feito, porque, Ver.
Nereu, uma coisa que nós temos de comentar é que aquela comunidade que fica em
torno da Av. José Bonifácio - e os senhores e as senhoras sabem disso -, no
domingo, tem o acesso dificultado de seus familiares e seus amigos, porque lá
se realiza, talvez, a maior feira deste Estado, que é o Brique da Redenção. E a
comunidade temia que não pudesse receber seus familiares e seus amigos também
no sábado, porque já existe a Feira Ecológica de manhã e teria uma nova feira à
tarde, mas a sensibilidade do Ver. Nereu D’Avila e a compreensão dos senhores
artesãos, no sentido de que fosse apenas uma fileira e que houvesse espaço para
que as pessoas pudessem transitar entre uma barraca e outra, resolveram essa
pequena dificuldade, fazendo com que esse anseio, esse sonho dos senhores
trabalhadores pudesse ser realizado, sem que a comunidade fosse onerada de
forma demasiada.
Portanto, isso é um símbolo de como fazer
as coisas de forma correta, de fazer as coisas com sensibilidade, no sentido de
que se busque fazer a geração de renda, permitindo que pessoas com
dificuldades, inclusive, além de sua veia artística para constituir seu
orçamento, possam melhorar seu orçamento, expondo publicamente os trabalhos que
fazem com tanto brilho, sem que a comunidade venha a ser prejudicada no sentido
de os veículos não terem acesso às residências, ou mesmo de as pessoas sem
veículos, que procuram ingressar em suas casas, também não terem esse acesso.
Este é um dado, Ver. Nereu D’Avila: a sua paciência, uma certa tolerância na
negociação permitiu que hoje pudéssemos, com toda a tranqüilidade, votar esse
Projeto.
De outra parte, quero finalizar, dizendo
que Porto Alegre descobre uma nova vocação. Nós não tínhamos, até há pouco
tempo, uma grande tradição na área do artesanato, diferentemente, Ver. Cláudio
Sebenelo, da Bahia, que já tem uma marca nacional pelo seu artesanato. Porto
Alegre vem, pouco a pouco, ampliando esses espaços, os artesãos desta Cidade já
são, hoje, reconhecidos pela qualidade dos trabalhos que realizam, e Porto
Alegre descobre uma nova forma de fazer geração de renda e prestigiar seu povo,
dedicando-se a esse tipo de atividade.
Quero, por fim, Ver. Nereu D’Avila, propositor da matéria,
dizer que se inaugurou, no domingo passado, o Brique da Zona Norte, localizado
no pátio do Shopping Lindóia e que tem uma característica muito interessante.
Ele não é mais um brique apenas para um artesão ou uma artesã, ele tem boxes,
Ver. Isaac Ainhorn, destinados às comunidades: o box da comunidade “a”, da
comunidade “b”, da comunidade “c”, onde uma comunidade inteira pode ir se
revezando e participando do brique, pode ali expor seus artigos, fazer uma
comercialização aos domingos, pela parte da manhã e à tarde. Essa é uma
iniciativa importante, com outro perfil, que busca incentivar que comunidades
se organizem, criem equipes de artesãos e artesãs e possam comercializar num
local com uma grande visibilidade e de grande comparecimento de pessoas.
Portanto, Porto Alegre recebe a Feira de
Artesanato do Brique de Sábado, dos artesãos, lá na Av. José Bonifácio; recebeu
domingo passado o Brique da Zona Norte, portanto consolida um perfil novo que a
Cidade não possuía, que antes ficava quase exclusivo à Av. José Bonifácio e que
hoje se espalha por toda a Cidade.
Parabéns aos senhoras e senhoras,
parabéns ao Ver. Nereu D’Avila pela forma como conduziu esse Projeto, de
maneira que ele vai ser aprovado, hoje, de forma unânime e vai ser, também,
sancionado pelo Prefeito da forma mais tranqüila possível. Ganha Porto Alegre,
ganham os senhores trabalhadores. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maristela
Maffei está com a palavra para discutir o PLL nº 115/03.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, rapidamente quero parabenizar a iniciativa do
Ver. Nereu D’Avila e também do Executivo Municipal, no sentido da preocupação
do regramento que vocês, mulheres e homens que trabalham nessa área,
construíram, inclusive da preocupação das Emendas do nosso Secretário Adeli
Sell. Quero dizer que nós não estamos criando, aqui, uma feira nova; nós
estamos, na verdade, fazendo com que o que era de fato passe a ser de direito.
Diferente das iniciativas que agora vêm se agregar a nossa Cidade, como a Feira
de Artesanato da Zona Norte, como a Feira de Artesanato de Ipanema, esta vem se
somar, com certeza, com o exemplo do trabalho que vocês vêm exercendo há muito
tempo nesta Cidade. A questão do artesanato, além da geração de renda, é também
um elemento cultural. Vocês, melhor do que ninguém, sabem, plagiando aqui o
Vereador e companheiro Juarez Pinheiro, que, além do artesanato, há uma veia
artística que exerce uma função de integração comunitária. E essa sensibilidade
de compreender as Emendas que vão regrar esse Projeto vem ao encontro, pela
consciência e iniciativa dos feirantes, do direito à circulação dos pedestres,
até porque nós estamos numa área de parque, e as pessoas que ali transitam vão
olhar com muito mais carinho, com muito mais cuidado e com muito mais atenção,
isso que abrilhanta tanto a nossa Cidade. Na verdade, hoje, a maior atração,
depois, ou junto com o pôr-do-sol, com certeza, é a feira que vocês lá exercem.
Muito obrigada, e parabéns para todos nós. (Palmas.)
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Valdir Caetano
está com a palavra para discutir o PLL nº 115/03.
O
SR. VALDIR CAETANO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, Ver. Nereu D’Avila, senhoras e senhores aqui presentes, eu resolvi
falar em nome do Partido Liberal sobre essa conquista, não do espaço físico das
senhoras e dos senhores, mas da conquista da oficialização desse espaço que, ao
meu ver, é mais do que um comércio; é, sim, um espaço cultural. Porto Alegre
precisa, cada vez mais, de trabalhos em artesanato que venham embelezar a nossa
Cidade.
Quero parabenizar as senhoras e os
senhores por ler aqui o Processo, Ver. Nereu D'Avila, e ver a importância da
legalização de trabalhos que ora serão executados pelos senhores e pelas
senhoras, destinando aqui um espaço, sem que haja prejuízo para os veículos que
estiverem transitando no local; um espaço todo ele demarcado, dando o mesmo
espaço para cada um dos senhores e das senhoras, para que possam expor ali a
sua arte, o seu trabalho, oferecendo ao porto-alegrense, oferecendo ao povo
gaúcho um artesanato, tenho certeza, de ótima qualidade.
Só nos resta, em nome do Partido Liberal,
parabenizar cada um dos senhores e das senhoras, parabenizar Porto Alegre por
mais essa conquista de espaço e parabenizar o Ver. Nereu D'Avila pela sua
iniciativa. E parabéns a todos nós, porque ganhamos todos, porto-alegrenses e
gaúchos. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Encerrada a discussão.
Em votação o PLL nº 115/03. (Pausa.) O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para encaminhar a votação.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, artesãos aqui presentes, queremos, primeiramente, parabenizar o
Ver. Nereu D’Avila por esta iniciativa.
Os senhores e as senhoras têm vindo aqui
há alguns dias para ver a aprovação deste Projeto que hoje se consolida. Eu
acho que ele é importante por vários aspectos. Primeiro, sabemos que o Brique
da Redenção é hoje um local de turismo da nossa Cidade. As pessoas que vêm de
fora têm no Brique da Redenção um ponto de encontro, um olhar diferente. A
população da Cidade sabe que lá é um local de convivência e, ao mesmo tempo, um
local que hoje nós denominamos como área cultural, uma área turística. E com a
possibilidade de ampliação do brique, ele, mais do que nunca, também passa a
ser uma área de espaço econômico - nós temos de tratar as coisas de forma clara
-, porque essa questão do brique também permite a geração de renda. Num País
como o nosso, em que só em Porto Alegre 16% da população não têm trabalho, essa
é um das formas inteligentes de oportunizar que mais pessoas possam apresentar
o fruto de seu trabalho - que pode ser comercializado - para a população.
Os senhores e as senhoras, como artesãos,
são aqueles que, sabiamente, fazem no seu dia-a-dia, e fazem de boa vontade,
aquilo que mais lhes agrada, e, nós, consumidores, compramos num simples olhar.
Nós, que visitamos, sabemos como são lindos aqueles diversos produtos, seja
qual for a natureza do que lá são comercializados, porque vocês os fazem de tal
forma, com tamanho carinho, com tamanho zelo, que cada um que leva, não está
levando, simplesmente, um produto do brique, mas, sim, uma relíquia. Eu mesmo
sou testemunha, porque já ouvi, ao visitar outros Estados, pessoas dizendo: “Eu
comprei um produto lá do Brique da Redenção. Isto aqui é lá da tua terra”.
Então, isso mostra também que o produto dos senhores e das senhoras, além da
qualidade, nós podemos chamar de um produto de exportação, porque ele se
espalha - vocês talvez nem saibam - pelo Brasil, pela América e, certamente,
também vai para a Europa.
Nós queremos, em nome do nosso Partido, o
Partido Socialista Brasileiro, parabenizar o Ver. Nereu D’Avila, pela
iniciativa, parabenizar cada um dos senhores e das senhoras, que vão ter mais
um espaço. Também quero dizer que, juntamente com o Projeto, há duas Emendas,
as quais nós vamos aprovar. Uma é a que vai fixar o horário das 14 horas até às
19 horas, e a outra é no sentido de que as bancas dos expositores sejam
dispostas em fila única, e, a cada conjunto de cinco bancas, seja deixado um
espaço, correspondente a uma banca para a circulação de pedestres. Isso
interessa também aos senhores. Quando as coisas são formadas de comum acordo,
quem lucra com isso? Toda a sociedade. Portanto, em nome do nosso Partido
Socialista Brasileiro, queremos parabenizá-los e também parabenizar a cidade de
Porto Alegre que terá mais um espaço, volto a dizer e insisto, um espaço
cultural, um espaço turístico e um espaço econômico. Parabéns aos senhores e às
senhoras que fazem daquele espaço produto de venda, de exportação para todo o
mundo. Parabéns.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/03.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em nome
da Bancada do Partido Progressista, composta por este Vereador, pelo Ver. Beto
Moesch, Ver. Pedro Américo Leal e pelo Ver. João Antonio Dib, Presidente desta
Casa, encaminhamos a favor deste Projeto, porque nós, da Bancada do Partido
Progressista, somos a favor do desenvolvimento, somos a favor da geração de emprego
e renda, muito importante numa Cidade de 130 mil desempregados, somos a favor
de oportunidades para que turistas conheçam o nosso artesanato e a nossa arte,
somos também a favor do incentivo às artes, e isso realmente incentiva o
desenvolvimento das artes.
Eu só gostaria de saudar aqui a mudança
de mentalidade da Bancada do Partido dos Trabalhadores, porque eu apresentei um
Projeto de ampliação do Brique da Redenção, da feira de domingo. Eu queria
fazer um outro corredor na rua, não ingressando no Parque da Redenção, de
costas para o parque, onde a rua seria a passarela, ou seja, haveria um brique
de um lado e um brique do outro lado, ampliaria em quase 200 vagas, porque eu
sabia - e por eles fui procurado - que havia inúmeros artistas e artesãos sem
ter onde comercializar a sua arte, e o Prefeito Raul Pont vetou o meu Projeto.
Eu lutei, dialoguei, mas não houve jeito. Não houve jeito. Agora, eu
cumprimento essa mudança de mentalidade da Bancada do PT que aceita este
importante Projeto do Ver. Nereu D’Avila.
Gostaria de fazer um pedido aos novos
participantes desta feira: que se harmonizem com os seus vizinhos, com os
moradores, cuidando para não ultrapassar os limites do barulho e, também, que
tenham uma harmonia perfeita com os comerciantes do entorno. Acho muito
importante formar uma comunidade harmônica, porque os moradores da região,
principalmente do outro lado, reclamaram muito do barulho da feira de sábado;
reclamaram, também, do barulho do Brique da Redenção, de manhã cedo. Não é o
caso de vocês, cuja feira será somente à tarde, mas procurem não se
desarmonizar com os moradores, com os vizinhos, com os comerciantes. Eu tenho
certeza de que essa feira terá sucesso, será um fator de desenvolvimento
turístico para a nossa Cidade, que tanto precisa de atração. Eu tenho certeza
de que essa será mais uma atração turística de Porto Alegre. Parabéns.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Wilton Araújo
está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/03.
O
SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que, desde o início da tarde, brindam este
plenário com as suas presenças. Gostaria de colocar a posição do PPS, da minha
Bancada, da qual me orgulho de ser Líder: é, certamente, de apoio ao
reconhecimento do trabalho, da dedicação que vocês já prestam à cidade de Porto
Alegre. Cidade esta, assim como este País, que infelizmente tem um grande
número de desempregados; sofrem arduamente, com a sua economia, para gerar
novas opções de emprego, para movimentar a sua indústria, comércio, a atividade
econômica, no seu todo. Tanto é verdade que, nos últimos 10 meses, aumentou em
muito - dobrou - o número de desempregados neste País. E, diante dessa
realidade, nada mais resta à Câmara, à Cidade, do que abrir, do que procurar
ampliar os locais e os espaços onde as pessoas que produzem arte, no caso de
vocês, possam comercializar, possam vender, não só àqueles que chegam à Cidade,
mas também às inúmeras pessoas que vão visitá-los, ou que os visitam, que são
clientes já de há muito do brique de vocês.
Eu queria, junto com o reconhecimento
tanto do Projeto do Ver. Nereu D’Avila, como da união, da determinação de vocês
- que mostraram isso hoje e, certamente, mostraram diante do encaminhamento que
o Projeto vem sendo dado -, dizer que Porto Alegre tem outros espaços. O Ver.
Juarez Pinheiro trouxe à tribuna o exemplo da Zona Norte, em que a atividade se
dá num estacionamento de um hipermercado. Mas eu digo que a Cidade tem outros
espaços, e espaços públicos que poderão ser também utilizados para feiras de
artesanatos - vendas, comercialização, enfim -, para que essas pessoas que têm
esse dom, por um lado, e para outras que têm dificuldades no mercado de
trabalho e também têm esse dom possam estar nesses espaços.
Eu falo e lanço aqui a idéia, porque,
procurado por um grupo recentemente, fiquei sensível à idéia que eles me
trouxeram. Esse grupo era de pessoas artesãs, como vocês, e também de
presidentes de escolas de samba. Vão perguntar: mas o que tem a ver uma coisa
com a outra? É que a idéia é exatamente unir, nos períodos ociosos das quadras
de escolas de samba - existem muitas e elas estão espalhadas pela Cidade, e
muitas são muito bem localizadas -, o dom, o artesanato, a arte com a
ociosidade que existe nessas quadras, num determinado momento, dia, num
domingo, possivelmente. E nós estamos hoje aqui com algumas idéias que foram
colocadas - e provavelmente nós vamos melhorar esse Projeto que apresentamos -
para possibilitar, viabilizar que esses espaços possam também ser utilizados.
Não que devam obrigatoriamente ser utilizados, mas que possam ser utilizados
desde que eles entendam que esse é um bom lugar e que haja acordo mútuo, haja
vontade mútua entre essas entidades e os artesãos.
Então, eu procuro, com essa idéia que já
transformei em Projeto, Ver. Carlos Alberto Garcia - professor emérito desta
Cidade e certamente silente diante da exposição que nós fazemos, e devemos
homenageá-lo pelo Dia do Professor, hoje -, trazer e ampliar os espaços para
que outros - vocês já conquistaram, com o tempo, o espaço e estão, hoje,
colocando-o em lei - que também têm esse dom, o dom da arte, possam espalhar
pela Cidade essa arte.
Nesse sentido, o PPS apóia, vai votar a
favor, reconhece o trabalho de vocês e quer mais, quer ampliar na Cidade esse
espaço. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes
está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/03.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, não vou usar os cinco minutos até porque vocês estão ansiosos para
que nós possamos, nesta Casa, aprovar a matéria, e, pelo que eu senti aqui, ela
terá a aprovação unânime dos Vereadores. Isso mostra a qualificação de vocês, a
capacidade de vocês, a criatividade de vocês!
Portanto, o Partido Trabalhista Brasileiro soma-se aos
demais Vereadores, apoiando esta iniciativa que vem qualificá-los, que vem dar
condições de um trabalho melhor naquela área, vem regrar o trabalho de vocês,
e, conseqüentemente, esse trabalho deve ser valorizado por toda a comunidade.
Parabéns, sintam-se em casa, vocês são representativos da nossa sociedade, num
trabalho sensacional, fundamental, caseiro, familiar e que vem só qualificar
cada vez mais aquele espaço e o trabalho de vocês. Parabéns e esta Casa vai
aprovar. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar a votação do PLL nº 115/03.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, insigne Ver. João Antonio Dib; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
especialmente os artesãos e artesãs que nos honram com suas presenças, a nossa
Bancada, o PMDB, eu e o Ver. Haroldo de Souza, neste encaminhamento de votação,
queremos dizer, Ver. Nereu D’Avila, que a melhor inclusão social de um país não
é repassar cesta para ninguém, é garantir emprego para as pessoas.
Os artesãos, além do emprego do dia-a-dia, produzem para a
sociedade alguns referenciais extremamente importantes. Um povo que não tem
memória é um povo que não tem futuro. A sua terra é a sua gente dos quatro
cantos do mundo, e ela precisa produzir a sua arte e produzir as suas
tradições.
Nós sabemos que os governos, independente dos entes mais
diferentes da República, dos governos dos Estados e dos Municípios, muitas
vezes têm discursos para os pequenos, mas na hora não governa para os pequenos.
Portanto, a nossa Bancada, com muito
gosto e com muita alegria, não vai ocupar aqui os cinco minutos, e gostaríamos
de dizer que nós, além de cumprimentarmos o Ver. Nereu D’Avila e toda a
pluralidade da Câmara... Porque este Projeto é de autoria do grande Ver. Nereu,
mas passou a ser incorporado por todas as Bancadas, na medida em que ele é um Projeto
que inclui pessoas e que, na verdade, faz a jurisprudência virar lei, porque a
feira de fato existia, portanto ela passa a ser legal. Isso é muito importante
para dar segurança a todos e a todas que, de forma digna e honrada, trabalham
para o seu sustento, para o de seus filhos, para a nossa Cidade e para o nosso
Estado.
Um grande e fraterno abraço a todos e a
todas. Com muito gosto e com muita honra, a nossa Bancada também está
encaminhando favoravelmente a este Projeto. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo
Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 115/03.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, dispõe sobre a
oficialização da Feira de Artesanato do Brique de Sábado da Av. José Bonifácio.
Eu conversava com o Ver. Nereu na busca de alguns esclarecimentos, porque eu vi
que já temos oficializada uma feira que se realiza na parte da manhã e que foi
objeto de proposta do Ver. Aldacir Oliboni aqui na Casa. E, aí, eu recebi
alguns esclarecimentos do Ver. Nereu D'Avila, Ver. João Antonio Dib, e observei
o seguinte: há repetição de fatos.
O Ver. Zé Valdir, que não tem os cabelos brancos por acaso e
já tem alguns anos de vivência na vida pública da Cidade, deve lembrar que o
Brique da Redenção surgiu, inicialmente, como sendo um mercado de antigüidades,
ocupando apenas um ou dois quarteirões da Av. José Bonifácio. E, alguns anos
depois, quando o Ver. João Antonio Dib era Prefeito de Porto Alegre, por
iniciativa do então Secretário Municipal de Produção, Indústria e Comércio,
criou-se a Artefim, a Feira de Artesanato do Bom Fim, iniciando ao contrário,
na Av. Osvaldo Aranha, e não na Av. João Pessoa, e ocupando os dois primeiros
quarteirões. Como cresceu, ambas as feiras acabaram se transformando numa só.
Como a idéia do próprio nome do brique era muito simpática, hoje praticamente
não se conhece mais a Feira de Artesanato do Bom Fim, e sim um conjunto em que
se mistura antigüidade e artesanato, constituindo o Brique da Redenção como um
todo.
De certa maneira, Ver. Nereu, como eu conversava com V.
Exa., há a hipótese de se repetir, no sábado, esse fato. Realmente, a idéia do
brique é uma idéia forte, uma idéia que deu certo, está consagrada na cidade de
Porto Alegre, não há mais como se admitir Porto Alegre sem o Brique da
Redenção, que ocorre aos domingos. E agora, V. Exa. complementa um trabalho que
já vem sendo feito por outros Vereadores, e, o que é mais importante, é
sensível para uma realidade, pois esse fato já vem acontecendo de forma um
tanto quanto desordenada no local. Vossa Excelência põe ordem na situação, na
medida em que estabelece as condições pelas quais ocorrerá essa Feira de Antigüidades
na parte da tarde, com o respaldo, inclusive, do conjunto dos expositores que
terão assegurado para, em 30 dias, estabelecer um regimento de convivência por
parte dos expositores daquele lugar.
Aparentemente, é uma idéia muito simples,
mas, na verdade, é uma idéia muito inteligente. Vossa Excelência está de
parabéns, Ver. Nereu, porque, de forma objetiva, clara, transparente e
conseqüente, fez aquilo que o Ver. Pedro Américo Leal costuma dizer: “Por que
não fazem as coisas simples? Por que complicam as coisas?” Vossa Excelência, ao
contrário, disciplinou de forma simples e objetiva, tendo inclusive o apoio dos
expositores. Por isso, esta Casa, não podemos mais perder tempo, tem de
imediatamente consagrar o apoio de V. Exa., que tem o nosso apoio. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o PLL nº
115/03. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Como está sob a égide do art. 81, duas
Emendas precisam ser votadas. Emenda nº 01 aposta ao PLL nº 115/03, de autoria
do Ver. Marcelo Danéris. (Lê.) “Dá nova redação ao parágrafo único do art. 2.º
do PLL nº 115/03, conforme segue: Art. 2.º, parágrafo único - A feira
funcionará das 14 horas até as 19 horas.”
Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL
nº 115/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Emenda nº 02 aposta ao PLL nº 115/03, de
autoria do Marcelo Danéris. (Lê.) “Inclui parágrafo terceiro no art. 3º do PLL
nº 115/03, com a seguinte redação: Art.3º, parágrafo terceiro - As bancas dos
expositores serão dispostas em fila única e, a cada conjunto de cinco bancas,
será deixado um espaço correspondente a uma banca para circulação de
pedestres.”
Em votação a Emenda nº 02 aposta ao PLL nº 115/03. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1821/01 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 108/01, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que determina que o Executivo Municipal realize censo
habitacional.
Pareceres:
- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Valdir Caetano:
pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes:
pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Ervino Besson:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
incluído na Ordem do Dia em 05-03-03;
-
renovação de votação nos termos do art. 196 do Regimento da CMPA.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em renovação de
votação o PLL nº 108/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo. (Pausa.) O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Este, Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
é um dos extraordinários Projetos que esta Casa produziu, e, estranhamente,
passou, foi votado e foi rejeitado. Este Projeto é inteligentíssimo, porque ele
passa a fazer aquilo que o Executivo deixou de fazer, com aquela alegação
fantástica, Ver. Luiz Braz, de que, nos últimos 15 anos, eles fizeram 10 mil
casas; mas nós estamos precisando de 200 mil. Eles foram, absolutamente,
insuficientes, e, por serem insuficientes, dizem 10 mil residências. Nós
sabemos que não são 10 mil - claro, são muito menos -, mas vamos aceitar como
10 mil. Há um déficit de moradia na cidade de Porto Alegre de, aproximadamente,
200 mil. Então, para resolver, para apresentar esse Projeto como resolução da
Casa, e quanto ao tema e o debate, o senso vai esclarecer quem tem razão...
Do ponto de vista de parecer - e um
parecer é apenas algo que parecer ser -, o Parecer da Procuradoria diz que esse
Projeto tem vício de iniciativa. Mas o Parecer do Ver. Luiz Braz exaustivamente
esgota a matéria, dizendo exatamente o contrário: parece ser sem vício de
iniciativa, porque a Lei não prevê a iniciativa do Prefeito, de ser monopólio
do Prefeito a iniciativa de criar um censo habitacional na cidade de Porto
Alegre. Então, a Câmara, por dedução, por alguma coisa inteligente, faz com que
a conclusão seja óbvia, que a Câmara tem o direito de tomar essa iniciativa.
Mas o que eu mais estranho nisso, exatamente, é o fato de esse Projeto não ter
sido aprovado nesta Casa, porque ele é clarividente, ele passa a dar
transparência às necessidades da cidade de Porto Alegre.
E a pergunta que se faz é se a cidade de
Porto Alegre já teve alguma vez censo habitacional. Não! Nunca teve! Vai ser
feito dessa forma, oficialmente, sendo o Prefeito obrigado pelo Projeto, em 60
dias, a dar a relação dos cadastrados e, principalmente, das necessidades da
Cidade. Os Vereadores de situação votaram contra, porque parece que, como se
diz na gíria futebolística, seria uma “bolinha nas costas”. Por quê? Porque
traria a nudez da verdade a este Plenário, a esta cidade de Porto Alegre,
mostrando as necessidades de moradia numa Cidade em que cada vez aumenta mais o
número de pessoas com necessidade de moradia; cada vez aumenta mais o processo
de favelização na cidade de Porto Alegre. Nós queremos o censo com as características
dos imóveis, com as necessidades básicas, mínimas de sobrevivência de um
indivíduo e não um processo de favelização.
É essa a virtude, é esse o mérito do
Projeto, e, de uma forma insensível - e a crítica que eu faço é à Câmara
Municipal -, este Projeto foi rejeitado por esta Câmara. Parece mentira que nós
tivemos a capacidade de rejeitar um Projeto que pede, que implora, que clama,
que faz coro com a cidade de Porto Alegre, que pede, que chora, que exclama,
que diz, que reclama, um censo habitacional, porque aí nós saberemos a verdade,
aí nós saberemos a competência do Executivo, se ele fez ou não esse censo e
qual a diferença entre o que existe e o que é necessário. Já posso responder
antecipadamente: a diferença é um Amazonas.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Pestana
está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 108/01.
O
SR. CARLOS PESTANA: Sr.
Presidente João Antonio Dib, demais Vereadores e Vereadoras desta Casa,
primeiro nós podemos abordar este tema por dois aspectos: um, do ponto de vista
da legalidade, que é competência do Executivo e, fundamentalmente, gera custos,
mas eu acho que esta questão, para ser bem honesto com os meus colegas aqui
desta Casa, é secundária neste debate.
Infelizmente, o Ver. Cláudio Sebenelo,
pessoa pela qual tenho o maior apreço nesta Casa, desconhece que a Prefeitura
fez um mapa da irregularidade, identificou todas as vilas regulares; fez um
excelente trabalho. Mais do que isso, Ver. Sebenelo, depois vou presenteá-lo
com um livro que resgata toda a história do Departamento Municipal de
Habitação, onde estão presentes todos os levantamentos que foram feitos durante
a sua existência. Infelizmente, o Ver. Sebenelo desconhece isso. E mais: há
pouco tempo o IBGE fez um levantamento, também, sobre a questão habitacional. E
pasmem: qual é o dado que o IBGE constatou que foi matéria de capa na Folha de
São Paulo? Que Porto Alegre era um dos exemplos de política habitacional; que,
comparando o censo de 1991 com o censo de 1999, era uma das poucas Capitais em
que havia, sim, uma redução do número de irregularidades, segundo dados do
próprio IBGE. Então, o IBGE já faz esse trabalho. Então, significa um custo
dobrado.
Acredito que o Vereador, ao invés de se
preocupar com esses dados que já estão à disposição de todos, o último
levantamento de 1999/2000, seja feito pelo Executivo, seja feito pelo IBGE,
deveria se preocupar, sim, com os parcos de recursos que o Governo do Estado
está destinando para a cidade de Porto Alegre. Não há um tostão do Orçamento do
Governo do Estado para investimento na área de habitação em Porto Alegre. Esta,
sim, deveria ser a preocupação do Vereador. Infelizmente, a Prefeitura de Porto
Alegre está sustentando sozinha a política habitacional no nosso Estado. Não há
um tostão oriundo dos recursos para o próximo Orçamento do Estado para a área
de habitação em Porto Alegre. Então, com relação a esses recursos que iríamos
gastar com o censo, o qual é desnecessário, porque esse levantamento já existe,
nós pretendemos destinar para a área de habitação na nossa Cidade.
Então, Ver. Cláudio Sebenelo, com todo o
respeito que V. Exa. me merece - é um colega pelo qual tenho o maior apreço
nesta Casa -, quero lhe dizer, com tranqüilidade: temos todos os dados sobre a
questão habitacional em Porto Alegre. Todos! Seja do ponto de vista do IBGE,
seja do ponto de vista do mapa de irregularidades, seja do levantamento
histórico que temos publicado; o livro foi divulgado nesta Casa, há alguns
anos. Esses dados estão à disposição de quem, efetivamente, quer conhecer o
problema habitacional na nossa Cidade. Quero deixar o Vereador tranqüilo num
aspecto: não vai encontrar, Ver. Sebenelo, no nosso País, uma cidade que
investiu tanto na área de habitação como a cidade de Porto Alegre, que tem
escolhido, no Orçamento Participativo, como prioridade, nos últimos anos, a
questão habitacional.
Lembro que o Ver. Sebastião Melo, no
último período, sempre questionava que Porto Alegre só construía mil unidades
habitacionais. Pois bem, o Estado do Rio Grande do Sul, neste ano, não
construiu uma casa em Porto Alegre. E o Vereador não fala nada! E mais: o
Secretário vai sair sem construir uma casa em Porto Alegre, nenhuma casa! E há
esse silêncio cúmplice do Ver. Sebastião Melo, que eu apostava que seria o
primeiro a denunciar, o primeiro a cobrar do Governador do Estado. Ele
silencia! O Secretário Alceu Moreira vai sair da Secretaria sem ter construído
uma casa em Porto Alegre! É o pior Secretário da história do Estado do Rio
Grande do Sul! Estamos esperando que, efetivamente, o Governo do Estado, por
meio de sua Secretaria, auxilie a Capital com uma política séria, que ajude a
resolver o problema do déficit habitacional no nosso Estado. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 108/01.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, insigne Ver. João Antonio
Dib; colegas Vereadoras, colegas Vereadores e especialmente Vice-Líder do
Governo Municipal, representante do fracassado Projeto Jardim Leopoldina, Ver.
Carlos Pestana, nós estamos aqui dando uma oportunidade, Ver. Haroldo de Souza,
para que a Prefeitura, Ver. Cláudio Sebenelo, possa mostrar à população de
Porto Alegre efetivamente a sua política habitacional.
Nós estamos aqui colocando o Projeto do
censo habitacional - vejo o frenetismo da Bancada governista, que fica
frenética no plenário quando começamos a falar -, porque em 16 anos,
Presidente, esta Administração que não cobra impostos dos banqueiros, do Itaú,
do Bradesco, entre outros, que coloca os recursos administrativos há sete anos
na gaveta, este mesmo Governo construiu 10 mil e 500 casas, segundo dados da
Prefeitura, casas de 32 metros quadrados, no Direito Real de Uso, essas pessoas
lá moram, no Chapéu do Sol, Cavalhada. A Prefeitura que agora, em véspera das
eleições, Ver. Pedro Américo Leal, diz que vai começar o Projeto Entrada da
Cidade é a mesma Prefeitura que, em 1988, nos espaços gratuitos de rádio e
televisão, dizia que, se eleito o Sr. Olívio Dutra, iria fazer o Projeto
Entrada da Cidade. Dezesseis anos passaram e o projeto continua engavetado. No
ano eleitoral, com certeza, teremos algumas manchetes de jornais para dizer que
o projeto agora vai ser executado.
Eu não me furto da responsabilidade de
responder ao Vice-Líder do Governo neoliberal recauchutado do Sr. Luiz Inácio
Lula da Silva, Ver. Carlos Pestana, sobre a questão do Estado. Com a herança
maldita deixada pelo Governo Olívio Dutra não foi possível, ainda, construir,
Ver. Haroldo de Souza, porque são 800 milhões sem empenho nessa verdadeira
orgia financeira que ficou para o Governo Rigotto pagar. Além do rombo do caixa
único, são alguns bilhões.
Mas aqui nós estamos discutindo a área da
habitação, e disso eu não me quero afastar. A política habitacional é a
política da Prefeitura, é a política do cartãozinho eleitoral. Essa é a
política habitacional da Prefeitura: paternalista.
E nós estamos aqui oferecendo, com este
Projeto, a oportunidade de a Prefeitura dizer efetivamente quais foram os seus
investimentos, quais são as áreas públicas mesmo que a Prefeitura de Porto
Alegre regularizou? Por gentileza, Ver. Carlos Pestana, diga aqui nesta tribuna
quais foram as áreas públicas que o seu Governo regularizou! Enumere-as, por
favor. Diga-me quais foram essas áreas, Ver. Carlos Pestana.
O Ministro da Cidade, agora, faz
congresso e o “assembleísmo” pelo Brasil inteiro. Se V. Exa. cobra do Governo
do Estado, V. Exa. deveria também ter coerência para cobrar do Ministro da
Cidade, que não investiu nenhum centavo neste País até agora. Mas este Governo
é capaz de investir alguns milhões na propaganda, nas hospedagens para o debate
do Programa Fome Zero, é capaz até de pagar uma passagem para um ato ecumênico
de uma Ministra, que se fosse de um País sério, quando descesse no aeroporto,
já não poderia mais voltar para o Ministério.
Pois bem, nós estamos aqui discutindo,
sim, habitação popular, que é muito importante, e acho que este Projeto
oportuniza que este Governo possa apresentar à sociedade de Porto Alegre,
efetivamente, qual é a sua política habitacional. Por que não querem o censo
habitacional, se têm os dados? Se têm os dados, então peguem o Projeto de Lei,
compilem os dados e digam à Câmara, efetivamente, qual é a política
habitacional! Por que querem sonegar esse debate? Nós sabemos. Porque não há
uma política habitacional. Nós sabemos que há um déficit, nesta Cidade, entre
regularização fundiária, área de risco, área pública e privada que chega a 150
mil. Esta é a grande verdade.
Portanto, este Projeto, na nossa
avaliação, contribui fortemente para que a gente possa fazer uma radiografia do
município de Porto Alegre. É nesse sentido que eu esperava... Mas eu tinha
absoluta certeza, eu tinha a plena convicção de que a Bancada do Governo iria
chegar aqui e votar com louvor este Projeto, para dizer: “Aqui está o habeas corpus que a oposição está
concedendo para que a gente mostre a política habitacional”. Mas vejo que estão
fugindo deste debate que nem o “diabo foge da cruz”, aliás, como faz sempre o
PT: quando está na oposição faz bravata e, quando está no Governo, alia-se aos
banqueiros, ao Fundo Monetário e ao capital internacional. Muito obrigado,
Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação nominal,
solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o PLL nº 108/01. (Pausa.)
Eu vou encerrar a votação com tristeza.
Ouvi todos os discursos, todos os pronunciamentos em razão da Feira de
Artesanato, e, neste momento, a Casa não deu quórum para que se vote o Projeto
encaminhado.
Não havendo quórum, 16 Vereadores estão
presentes, eu anulo a votação e agora, sim, posso ouvir o Ver. Sebastião Melo.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu quero lamentar o fato
de a Bancada do Governo, quase na sua totalidade presente aqui no plenário, não
votar este Projeto. Eu penso que isso não fica bem, que votem contra, que
registrem a sua posição. Aliás, fica chato para o Líder do Governo encaminhar
contra a matéria, ficar no plenário e não votar. Isso não contribui com a
valoração desta Casa. Fica aqui o nosso protesto formal contra essa atitude da
Bancada governista, que não quer colocar em discussão uma matéria dessa
envergadura.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É o registro que V.
Exa. fez, está feito.
Lembro à população que, até o dia 20,
trezentos cidadãos, com os seus títulos de eleitor, podem fazer uma emenda
popular, três entidades da coletividade também podem apresentar uma emenda
popular. A coletividade está convidada a comparecer à Audiência Pública, na
sexta-feira, às 9h30min, sobre o Orçamento de 2004. Saúde e paz!
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h37min.)
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